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Lama de barragem não atingiu arquipélago de Abrolhos, diz Samarco

Lama chega à foz do rio Doce, na praia de Regência, e deságua no mar - Fabio Braga/Folhapress
Lama chega à foz do rio Doce, na praia de Regência, e deságua no mar Imagem: Fabio Braga/Folhapress

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

27/01/2016 18h32

A mineradora Samarco informou nesta quarta-feira (27) que o arquipélago de Abrolhos, no litoral do Estado da Bahia, não foi atingido pela lama que vazou da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

A estrutura se rompeu no dia 5 de novembro do ano passado e foi considerada a maior tragédia ambiental do país. O mar de lama matou 17 pessoas, deixou outras duas desaparecidas, além de um rastro de destruição em distritos de Mariana e ao longo do rio Doce, que corta os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Conforme a Samarco, que é controlada pela Vale e pela Anglo-australiana BHP, amostras de água coletadas e analisadas pelo laboratório ALS Corplab, com sede em São Paulo, indicaram “ausência de óxido de ferro, um dos elementos que remeteriam à pluma de turbidez do rio Doce”.

A empresa informou ainda que acompanhamentos diários feitos indicam que “a turbidez das praias do norte do Espírito Santo e sul da Bahia está dentro da normalidade, o que torna improvável uma presença da pluma na região de abrolhos’.

Notificação

No dia 7 deste mês, o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) havia notificado a mineradora para que ela iniciasse a coleta de amostras de água da região do arquipélago de Abrolhos em razão de analistas do ICMBIo (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) terem detectado a presença de sedimentos nas áreas de recifes de corais do arquipélago durante um sobrevoo feito na região.

Em razão disso, o Ibama tinha determinado à Samarco a coleta em diferentes pontos e em três profundidades a cada dez quilômetros, da região de Abrolhos até a foz do rio Doce, “com objetivo de esclarecer a composição e a concentração da pluma".

Questionada pelo UOL se haveria algum tipo de contraprova nas amostras analisadas pela empresa contratada pela mineradora, a assessoria do instituto limitou-se a dizer, por meio de nota, que “a divulgação do resultado final das análises está prevista para o fim de fevereiro”, trouxe o informe.

Em nota do dia 8 deste mês, o Ibama havia informado que “os laboratórios contratados pela Samarco são certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), em atendimento às normas técnicas brasileiras”.

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