Moradoras de rua de BH ganham kit de higiene no Dia Internacional da Mulher
Uma campanha feita por meio das redes sociais arrecadou bolsas usadas contendo kits com itens de higiene pessoal que estão sendo distribuídas, nesta terça-feira (8), a mulheres que moram nas ruas da região central de Belo Horizonte.
A iniciativa é da fotojornalista Anna Castelo Branco, 42, que começou a coleta em janeiro deste ano após divulgar a ideia na sua página do Facebook e em grupo do aplicativo para celulares WhatsApp. Ela disse ter iniciado a entrega no Dia Internacional da Mulher pela representatividade da data. A intenção é continuar com a campanha por tempo indeterminado.
“O kit é composto por alguns itens de higiene como absorventes, desodorantes, sabonetes, xampus e condicionadores, escova e pasta de dentes e hidratantes para o corpo. As pessoas, por iniciativa própria, colocaram outras coisas, como esmaltes e batons, mas priorizo os produtos de higiene pessoal’, explicou Castelo Branco, que batizou a causa de “bolsa solidária” e “bolsa velha com amor”.
Segundo ela, a ideia surgiu quando tomou conhecimento de um movimento semelhante na cidade de São Paulo e por ter tido a chance de refletir sobre a falta de produtos básicos no dia a dia enquanto estava de folga em casa.
“Eu percebi que estava me faltando xampu. Da minha própria necessidade, eu passei a pensar na necessidade delas [moradoras de rua]. Eu moro em uma região central de Belo Horizonte e convivo diariamente com elas. Então surgiu essa ideia de auxiliá-las com esses itens”, descreveu.
Conforme a idealizadora, as mulheres nessa condição têm abrigos públicos ofertados pela prefeitura local onde podem tomar banho. No entanto, o acesso a produtos de higiene não é tão simples.
A moradora de Belo Horizonte disse, entretanto, ter criado algumas regras para a confecção do kit.
“Eu pedi às pessoas para não colocarem dinheiro. Para evitar que alguém insinuasse que estamos com segundas intenções. Pedi também para não colocarem materiais cortantes nem acetona”, descreveu.
Anna disse ter se surpreendido com a repercussão da iniciativa e disse ter recebido retorno de pessoas com intenção de reproduzir a campanha onde moram.
“Fiquei surpresa com as curtidas e com os compartilhamentos que a ideia teve [no Facebook]. Muitas pessoas elogiaram e disseram que iriam fazer também nos seus bairros e cidades”, afirmou.
Até o momento, ela disse ter juntado 60 bolsas em sua casa, mas adiantou que a quantidade é maior.
“As pessoas estão com vários kits feitos em suas casas e já me disseram que posso passar para pegar”, declarou.
A profissional ainda revelou uma preocupação com possíveis revistas policiais.
“Eu deixei um texto explicando a campanha e com [endereço de] e-mail dentro das bolsas para que, em caso de algum policial achar que os produtos foram roubados, por não terem nota fiscal, ele possa entrar em contato comigo. Assim, elas ficam livres de algum constrangimento policial”, declarou.
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