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Vazamento de petróleo da Transpetro atinge rio Cubatão, na Baixada Santista

Equipes da Transpetro, sob supervisão da Prefeitura de Cubatão e Cetesb, deram início aos trabalhos de contenção do óleo - Alê Souza/Prefeitura de Cubatão/Divulgação
Equipes da Transpetro, sob supervisão da Prefeitura de Cubatão e Cetesb, deram início aos trabalhos de contenção do óleo Imagem: Alê Souza/Prefeitura de Cubatão/Divulgação

Flávio Leal

Do UOL, em Santos (SP)

23/03/2016 16h28Atualizada em 28/03/2016 10h32

Um vazamento de petróleo cru no Terminal Terrestre de Cubatão da Transpetro (Petrobras Transporte S.A.) atingiu o rio Cubatão, usado para o abastecimento de água de mais de 900 mil pessoas na Baixada Santista, na noite de terça-feira (22). 

"Ainda não é possível afirmar o volume que vazou e nem a amplitude dos danos ambientais. Há possibilidade de erro operacional", explica Marcos da Silva Cipriano, gerente da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) em Cubatão. "O trabalho de contenção já foi feito e agora as equipes atuam na limpeza e remoção do material", diz o gerente.

O vazamento obrigou a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) a reduzir a captação de água destinada a municípios da Baixada, causando a possibilidade de desabastecimento para cerca de 800 mil moradores de Santos, São Vicente e Cubatão, segundo a própria companhia. A captação, no entanto, foi normalizada no início da noite desta quarta (23) e o abastecimento deve se estabilizar durante a madrugada.

Por causa do acidente, o volume captado pela ETA (Estação de Tratamento de Água) de Cubatão, operada pela Sabesp, chegou a ter o seu volume de captação reduzido em cerca de um terço por causa do acidente, passando de 4.500 litros por minuto para 3.000. "O manancial atingido pelo vazamento fornece água à Estação de Tratamento de Água (ETA) Cubatão. Houve redução preventiva da produção no sistema, responsável por quase 50% da água produzida na região. Barreiras absorventes foram instaladas logo após a ocorrência para que o produto não se alastrasse e técnicos da companhia seguem monitorando a situação do rio", informou a Sabesp. 

Equipes da Transpetro, sob supervisão da Prefeitura de Cubatão e Cetesb, deram início aos trabalhos de contenção do óleo ainda na noite do acidente. De acordo com o informe da subsidiária da Petrobras à prefeitura, o petróleo vazou no seu terminal, atingiu a galeria de águas pluviais do local e, na sequência, chegou ao leito do Cubatão, principal manancial da região.

Vazamento em Cubatão 1 - Alê Souza/Prefeitura de Cubatão/Divulgação - Alê Souza/Prefeitura de Cubatão/Divulgação
Imagem: Alê Souza/Prefeitura de Cubatão/Divulgação

Em nota, a empresa afirma que, ao detectar o incidente, adotou imediatamente as ações de contingência e o vazamento foi interrompido. "O produto atingiu o Rio Cubatão. As equipes de emergência da Transpetro foram acionadas e instalaram barreiras, contendo imediatamente o produto que chegou ao rio", diz a companhia. "As causas do incidente estão sendo apuradas e as autoridades competentes foram informadas. O Terminal de Cubatão opera normalmente", ressalta a Transpetro.

Pelo menos seis barreiras de contenção foram instaladas como forma de evitar que o petróleo atinja outras áreas ribeirinhas. Um caminhão equipado com uma bomba de hidrovácuo ajuda na retirada do petróleo da água e do solo.

"O secretário de Meio Ambiente, Eugenio Augusto da Silva Júnior, e o coordenador da Defesa Civil de Cubatão, José Antonio dos Santos, estão no local acompanhando o trabalho das equipes. Até o momento não é possível avaliar o total da área atingida", diz a prefeitura.

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Imagem: Alê Souza/Prefeitura de Cubatão/Divulgação

Não houve retirada de população de suas moradias nas proximidades do rio Cubatão. Mas a pesca está desaconselhada no rio. A quantidade de petróleo vazada para o rio e a extensão do acidente ainda são calculadas pela Transpetro, Secretaria do Meio Ambiente de Cubatão e Cetesb. (Com Estadão Conteúdo)