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Santa Catarina interdita cultivo de ostras por tempo indeterminado

Fazenda de ostras no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis: interditada a partir desta quinta - Divulgação/Acaq
Fazenda de ostras no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis: interditada a partir desta quinta Imagem: Divulgação/Acaq

Daniel Giovanaz

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

27/05/2016 06h00Atualizada em 27/05/2016 13h28

A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca informou nesta quinta-feira (26) a interdição do cultivo de ostras em todo o litoral de Santa Catarina por tempo indeterminado. A mesma sanção se aplica a outros três moluscos: mexilhões, vieiras e berbigões.

A proibição da retirada, comercialização e consumo dessas espécies foi anunciada após a identificação de uma toxina diarreica na localidade Caieira da Barra do Sul, em Florianópolis. Essa toxina, conhecida como DSP, pode provocar náusea, diarreia e vômitos quando ingerida por seres humanos.

Embora a toxina tenha sido detectada em apenas um ponto do litoral, a Secretaria justificou, em nota, que a interdição do consumo em todo o Estado “acontece para preservar a saúde pública, já que existe a possibilidade de a contaminação dos moluscos bivalves estar ocorrendo de forma generalizada”.

Santa Catarina produz 95% dos moluscos consumidos no país. O governo estima que o lucro dos produtores do Estado seja equivalente a R$ 70 milhões por ano.

A reportagem do UOL entrou em contato com a Associação Catarinense de Aquicultura (Acaq), mas não obteve retorno.

A Associação dos Maricultores do Sul da Ilha, em Florianópolis, fará uma reunião extraordinária nesta sexta-feira (26) para decidir seu posicionamento em relação à interdição. A presidente da entidade, Tatiana da Gama Cunha, declarou que a notícia foi encarada como surpresa por todos os produtores.

“A Secretaria não nos chamou para nenhuma reunião sobre o assunto. Só recebi o comunicado hoje (quinta)”, disse. “O que a gente não entende é que, se a toxina foi encontrada na Caieira, porque eles decidiram interditar todo o litoral?”.

O argumento da Secretaria é que o mesmo laboratório que detectou a toxina na Caieira da Barra do Sul também alertou para a alta incidência de algas produtoras de DSP nas localidades de Enseada do Brito e Ganchos de Fora, na Grande Florianópolis, e Laranjeiras, em Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina.