Psicóloga do DF faz inseminação artificial e 'ganha' família internacional
Uma psicóloga de Brasília optou por ter um filho por meio de inseminação artificial, mas não imaginava que, com o procedimento, uma família completa, com parentes de várias nacionalidades, surgiria a partir de então. Bárbara Lino, de 35 anos, é mãe da pequena Helena, de quatro anos. A questão é que o mesmo material genético foi comprado por outras mães espalhadas pelo mundo. De repente, Bárbara e Helena descobriram que a menina tinha quatro irmãos em outros países - na Nigéria, Bulgária, Alemanha e Estados Unidos.
Bárbara conta que uma doença, a endometriose, foi a "responsável" pela escolha por uma inseminação artificial. A moradora da área Sudoeste, que fica a 8 quilômetros do centro de Brasília, realizou o procedimento nos Estados Unidos. "Eu tenho o estágio quatro da doença, um dos mais graves. Essa condição, muitas vezes, deixa a mulher estéril."
Endometriose é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. Essa formação de tecido normalmente ocorre na região pélvica, fora do útero, nos ovários, no intestino, no reto, na bexiga e na delicada membrana que reveste a pélvis, na maioria dos casos.
A psicóloga conta que durante um ano fez o tratamento contra a endometriose com um remédio que combate o câncer. As dores diminuíram e a chance de ser mãe foi alertada pelo médico. "Ele me disse que, se eu quisesse ter um filho, aquela era a hora. Mesmo não sendo casada, optei pela decisão. Desde o início, sempre quis um doador não anônimo. Afinal, a criança tem o direito de saber de onde veio e com quem se parece."
Após a decisão, Bárbara pesquisou durante um mês na internet, quem seria o pai de Helena e onde faria o procedimento de inseminação artificial. Em apenas uma tentativa, a psicóloga conseguiu realizar o sonho de ser mãe. Após o nascimento, cadastrou-se em um site norte-americano de doadores de esperma, The Donor Sibling Registry. Lá, foi constatado que a criança já tinha alguns irmãos.
"Paguei cerca de US$ 90 (cerca de R$ 350) para me inscrever. Nos Estados Unidos, há a recomendado de que as mães cadastrem seus filhos no site. O objetivo é que nenhuma criança venha a namorar algum irmão na vida adulta, por exemplo", diz Bárbara.
Segundo a psicóloga, o doador é cadastrado por um número e nome fictício. "Quando outra mãe cadastra o filho com o mesmo doador, você recebe um e-mail informando sobre o parentesco. A partir dali, decidimos se queremos manter ou não contato."
Encontros
Bárbara e Helena já se encontraram com as mães e irmãos duas vezes, uma em Washington, a capital dos Estados Unidos, e outra em uma cidade do Estado do Texas. Cada viagem é uma emoção, segundo Bárbara.
"Eles se amam, brincam e respeitam como irmãos. A internet ajuda bastante, né? Conversamos por Skype e Facebook. A Helena, por exemplo, sabe que a irmãzinha dança balé e sempre pergunta sobre as apresentações", explica a psicóloga.
Segundo Juliet Morah, moradora de Washington e mãe de Chidera Iowa - uma das irmãs mais próximas de Helena -, o relacionamento com as mães é “maravilhoso e surpreendente”. Para ela, todas as almas da família estão envolvidas. "Nossos filhos se parecem na personalidade e aparência. Essa nossa família é muito importante, tanto para nós mães, quanto para as crianças", diz ela, que trabalha no Exército dos Estados Unidos.
Para Bárbara, a própria filha é quem decidirá se pretende conhecer o pai biológico. O pai disponibilizou uma carta ressaltando que pode conhecer os filhos quando estes alcançarem a vida adulta. A carta foi fornecida pela agência European Cryobank. "Helena já perguntou sobre o pai quando era bem novinha. Eu disse que nossa família era mamãezinha e filhinha e que cada família é diferente. O que importa realmente são o amor e união que construímos juntas".
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