Cachorro pitbull faz guarda de cadeia e impede fuga de cinco presos no Pará
O pitbull Conan, 7, impediu a fuga de cinco presos que tentaram fugir do CDPI (Centro de Detenção Provisório de Icoaraci), em Belém (PA), na noite do último dia 6. O animal estava auxiliando a segurança externa da unidade prisional quando percebeu que um policial militar estava em luta corporal com um preso, conseguiu imobilizar o fugitivo e impediu toda fuga.
Os cinco presos tentaram fugir da unidade prisional por meio de um túnel cavado de uma das celas e que saiu na área externa, entre o prédio e o muro do CDPI. Conan percebeu a movimentação incomum e imobilizou o detento. O CDPI tem 205 internos e tem capacidade para 120 presos.
“Ao encontrar o policial, o detento correu e conseguiu subir no telhado da unidade, mas foi capturado por outro agente, que travou luta corporal com o interno. Ao ver a movimentação, o pitbull ajudou a recapturar o detento e o imobilizou”, contou o diretor do CDPI, Moacir Freitas.
Conan atua no reforço da segurança do CDPI desde 2012, quando chegou ao presídio aos três anos. Ele foi doado por um amigo do atual diretor do Centro de Recuperação Penitenciário Pará III, major Paulo Amarantes, que na época estava à frente do CDPI.
Além de Conan, o centro de detenção tem outro cão policial: o fila Thor, 6. Durante a ação de Conan, Thor estava no período de descanso no canil, segundo informou a Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará). Os animais atuam por turnos para não se cansarem e terem o período de cuidados e de descanso.
Os dois cachorros recebem cuidados diários de duas agentes penitenciárias. Elas são responsáveis pela alimentação, limpeza e passeio dos cães. “Com esse cuidado, os cães sentem confiança na gente, assim como nós confiamos neles também. O problema de agressividade não está no animal, mas, sim, em quem lida com eles, o ensinamento que recebem. Aqui eles são bem tratados e só nos ajudam a melhorar a segurança”, destaca a agente Núbia Pinheiro.
A agente penitenciária Rosanira Siqueira também afirma que não tem medo de lidar com os cachorros e, apesar do grande porte deles, elas conseguem trabalhar com os animais normalmente. “Os dois cães são de grande porte e força, mas são tratados como se fossem da família. Muitas pessoas achavam que uma mulher não ia conseguir cuidar deles, ainda mais dentro de um presídio. Mas, eles são dóceis com a gente e fazem o trabalho deles com precisão”, explicou Siqueira.
A vigilância canina também é usada no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III. Lá, 14 cachorros fazem reforço na segurança por 24h por dia. Os cães atuam em dupla em cinco áreas cercadas, entre o prédio e o muro do presídio, e se revezam por turno. Enquanto um grupo vigia a área externa do presídio, os demais descansam no canil e recebem cuidados dos agentes penitenciários.
“A ajuda dos cachorros na vigilância de unidades prisionais que têm capacidade superior a 120 presos é de extrema relevância porque eles conseguem coibir de forma preventiva as articulações de tentativa de fuga, além disso, os cães conseguem interceptar qualquer tipo de material ilícito que venha a ser arremessado para dentro da unidade”, conta Amarantes.
Os cães usados na vigilância dos presídios do Pará são treinados por policiais militares e agentes penitenciários, que usam as mesmas técnicas do canil da Polícia Militar. “O cão é uma das armas que o preso teme quando vai fugir e ele é muito fiel ao trabalho dele, não se corrompe nunca”, destaca Amarantes.
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