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Manifestantes protestam contra PEC do Teto pelo país

Temer critica ocupações que protestam contra PEC do Teto

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Do UOL, em São Paulo

11/11/2016 06h50Atualizada em 11/11/2016 14h15

Centrais sindicais organizaram protestos na manhã desta sexta-feira (11) em várias cidades do país contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 55, que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos. Os manifestantes bloquearam vias e incendiaram pneus. Em diversas cidades, trabalhadores aderiram ao Dia Nacional de Greve, marcada para esta sexta-feira (11) e organizada pelas organizações Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, além de sindicatos, movimentos sociais e estudantis Por volta das 14h, a maioria dos protestos já haviam sido encerrados.

Em alguns lugares, como Salvador, Natal e em cidades da Grande Recife, Grande Florianópolis, Grande São Paulo, da região de Sorocaba (SP) e do Distrito Federal, ônibus deixaram de circular por algumas horas pela manhã. Em Porto Alegre, sindicalistas tentaram travar a saída dos coletivos da Carris, empresa pública de transporte coletivo da cidade, realizando um piquete. A Brigada Militar, entretanto, reagiu com bombas de efeito moral, possibilitando a saída dos veículos.

Na Grande São Paulo, integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) bloquearam avenidas e estradas. Ocorreram protestos nas rodovias Anchieta, Dutra, Régis Bittencourt e Anhanguera, além do trecho Jacu Pêssego do Rodoanel. Na capital paulista, manifestações foram registradas na avenida João Dias (na altura do terminal rodoviário) e na estrada de Itapecerica.

Por volta das 7h40, avenida João Dias já tinha sido liberada pela Polícia Militar, e o incêndio, controlado pelos Bombeiros.

Segundo a Ecovias, que administra a Anchieta, a pista norte da via no sentido São Paulo teve o tráfego totalmente bloqueado no km 23 devido à manifestação, que foi iniciada por volta das 6h30. A pista foi liberada por volta das 8h06. Ainda pela manhã, a rodovia Régis Bittencourt também teve seu tráfego liberado.

Na rodovia Presidente Dutra, que liga a capital paulista ao Rio de Janeiro, foi realizado um bloqueio da pista expressa entre os km 208 e 210, no sentido capital, às 6h30. A via foi liberada volta das 8h. 

Na rodovia Anhanguera, na cidade de Sumaré, moradores da ocupação Vila Soma protestaram, bloqueando a pista nos dois sentidos, na altura do km 114. O ato terminou às 7h35, segundo a Polícia Rodoviária. Ao menos 30 manifestantes foram detidos pela Polícia Militar e encaminhados ao 2º Distrito Policial do município.

Em Sorocaba (SP) e outras cidades da região, cerca de 300 mil usuários do transporte coletivo urbano e interurbano ficaram sem ônibus desde a madrugada desta sexta-feira (11) --os ônibus voltaram a circular por volta das 12h. Na Grande São Paulo, em Guarulhos, a paralisação do sistema de transporte da cidade durou três horas, das 4h às 7h. Foram realizados, ainda, protestos em Bauru (SP) e São Carlos (SP).

Trabalhadores da Sabesp de mais de 40 áreas da companhia também realizam protestos, paralisando os trabalhos.

No Rio de Janeiro, uma manifestação de funcionários da Petrobras interditou a rodovia Amaral Peixoto, na ligação entre Macaé e Rio das Ostras, segundo a rádio "BandNews Fluminense". Outro protesto, este na via Light, interditou meia pista na esquina da rua Professor Paris, sentido Pavuna. Os manifestantes colocaram fogo em pneus.

Em Porto Alegre, também foram registradas manifestações na avenida Bento Gonçalves. Segundo os organizadores, cerca de 300 pessoas bloquearam a via por volta das 6h20. Cerca de meia hora depois, no entanto, o bloqueio já havia sido encerrado. Ainda na capital gaúcha, a avenida Ipiranga, na esquina com a Rus Silva Só, no sentido bairro-centro, foi bloqueada por volta das 7h. Outro bloqueio, no sentido centro-bairro, em frente à PUC-RS, na mesma avenida, também registrado.

Em cidades do interior gaúcho também houve protestos, com bloqueios de estradas e interrupção de serviços de transportes. Na tentativa de furar o bloqueio, foram registrados acidentes com carros e bicicletas. 

Os professores das redes pública e privada também aderiram à paralisação, assim como técnicos, alunos e professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). 

Em Pernambuco, a avenida Cruz Cabugá, em Santo Amaro, foi bloqueada. Foram registrados travamentos, ainda, em rodovias nas cidades de Goiana, Escada, Gameleira, Palmares, Jaboatão, Bonança, Vitória, Gravata, Caruaru, Arcoverde, Timbaúba, São Lourenço da Mata, Petrolândia, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Caruaru, Agrestina, Escada, Glória de Goitá e Passira.

Servidores de bancos e Detran também estão em greve no Estado por 24 horas.

Na Bahia, foram registrados bloqueios com areia e pneus queimados nas rodovias BR-324, BA-535 e BR-101. Na BA-535, centrais sindicais e movimentos populares bloquearam a via de acesso ao Polo de Camaçari. Em Salvador, ônibus voltaram a circular, após paralisação, por volta das 6h.

De acordo com o Sindicato dos Bancários da Bahia, a categoria também aderiu à paralisação. Com isso, agências de todo o Estado ficaram fechadas até as 12h. Escolas da rede estadual e municipal também permaneceram fechadas nesta sexta-feira (11).

Na capital baiana, o Edifício Administrativo da Petrobras (EDIBA) foi tomado por manifestantes. Além disso, um grupo bloqueou as pistas da avenida ACM. A manifestação começou às 7h e foi encerrada às 11h10.

No Distrito Federal, além da paralisação dos motoristas de ônibus, iniciada às 4h e encerrada às 9h, professores também aderiram ao Dia Nacional de Greve, assim como os estudantes da rede pública. 

Em Curitiba, um ato foi realizado por volta das 6h, em frente à Refinaria de Araucária (Repar). Categorias como bancários, servidores municipais, trabalhadores rurais e técnicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), além de professores da rede estadual de ensino, aderiram ao Dia Nacional de Greve. 

No Rio Grande do Norte também houve bloqueios em rodovias estaduais e federais em cerca de 12 pontos, de acordo com a Frente Brasil Popular. Em Natal e na Região Metropolitana, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Rio Grande do Norte (Sintro-RN) aderiu à paralisação e, com isso, os ônibus não circularam até às 8h, voltando a rodar normalmente após esse horário.

Em Goiás, manifestantes do MTST travaram, por volta das 7h, a BR-153, na altura do anel viário em Aparecida de Goiânia. 

Em Minas Gerais, na Universidade Federal de Juiz de Fora, estudantes fecharam, por volta das 9h, as entradas do prédio e o ocuparam em seguida, aderindo também ao protesto contra a PEC do Teto. Em Uberlândia, a BR 365 foi bloqueada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. 

Já na capital Belo Horizonte, escolas deixaram de funcionar e trabalhadores da área da saúde realizaram paralisações. Também houve uma passeata de manifestantes, que saíram de diferentes pontos da região Centro-Sul da capital mineira e se deslocaram até a praça Sete. Ainda, professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas) decidiram em assembleia pela adesão ao dia de paralisação.

Em São Mateus, no norte Espírito Santo, manifestantes interromperam parcialmente o trânsito no km 67 da BR-101. O protesto foi encerrado por volta das 9h.

Na Grande Florianópolis, os ônibus ficaram parados das 5h às 9h da manhã. Também cruzaram os braços nesta sexta-feira (11), em adesão ao Dia Nacional de Greve, servidores da prefeitura de Florianópolis e do transporte coletivo de Blumenau, além de outras instituições nas áreas de saúde, educação e de recolhimento de lixo em todo o Estado.

Em Mato Grosso do Sul, houve paralisações de trabalhadores das áreas de saúde, educação e segurança pública em ao menos cinco cidades: Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas e Ponta Porã.

Ainda foram registradas, até às 14h, manifestações e paralisações no Pará, na Paraíba, no Mato Grosso e no Piauí.

O MST (Movimento dos Sem-Terra) informa que os atos foram convocado por centrais sindicais e movimentos sociais para protestar "contra ações do governo de Michel Temer": "projeto de aumento da idade mínima para aposentadoria, engessamento dos gastos públicos por 20 anos, esvaziamento do currículo do ensino médio por meio da Medida Provisória 746, redução da participação da Petrobras no pré-sal e do conteúdo nacional da cadeia de produção e negócios da estatal, além do projeto de ampliação das terceirizações que tramita no Senado".