Mulher de embaixador morto diz à polícia que era agredida por marido
A mulher do embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, disse em depoimento à polícia que era agredida pelo marido regularmente, segundo informações obtidas pela reportagem do UOL junto a investigadores do caso.
Na noite desta sexta-feira, a Polícia Civil confirmou que o embaixador foi assassinado.
A última agressão a Françoise Amiridis teria ocorrido na semana passada, quando o casal e a filha chegaram a Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para passar as festas de fim de ano.
Segundo contou à reportagem do UOL uma pessoa que conhece Françoise, há cinco anos ela também reclamou que Kyriakos a agrediu durante uma briga, na Holanda. O casal se conheceu entre 2001 e 2004, quando o hoje embaixador foi cônsul-geral da Grécia no Rio de Janeiro. Françoise é natural de Nova Iguaçu.
Depois do primeiro período no Brasil, o diplomata grego ocupou o mesmo cargo em Rotterdan, na Holanda, até 2008. O casal tem uma filha de dez anos. O irmão de Françoise, Francisco Oliveira, confirmou à reportagem que ela morou na Europa com Kyriakos.
Questionado sobre a relação entre os dois, Oliveira disse desconhecer que ele a agredia e classificou o cunhado como um homem tranquilo e simples. Segundo ele, o relacionamento já dura aproximadamente 15 anos, mas ela foi "assumida por ele" como mulher apenas no ano passado.
Irmã da embaixatriz, Jane Oliveira afirmou que Kyriakos era uma "pessoa maravilhosa".
Pedido de prisão
A principal linha de investigação da polícia é de que o embaixador foi assassinado, vítima de um crime passional.
Françoise, o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho e um primo dele, identificado apenas como Eduardo, estão na delegacia.
Em entrevista coletiva na noite desta sexta, o delegado de polícia Evaristo Pontes Magalhães afirmou que Gomes Filho confessou ter assassinado o embaixador. Também de acordo com Magalhães, Françoise confessou que sabia do crime, mas negou participação.
Os investigadores encontraram, na casa em que o casal estava hospedado, um sofá com manchas de sangue. O móvel foi levado pela madrugada para a delegacia e passou por perícia.
Um carro alugado pelo embaixador foi encontrado queimado. O corpo carbonizado que estava no veículo foi encaminhado para o IML (Instituto de Medicina Legal), onde passa por perícia para ser identificado.
Segundo relato obtido pelo UOL junto a investigadores do caso, Moreira Filho disse ter um caso amoroso com Françoise, que, em depoimento, confirmou a informação, mas negou envolvimento no crime. Até o momento, os policiais não sabem como Kyriakos teria sido morto.
Um homem que se identificou como advogado do PM esteve na sede da especializada, mas não conversou com a reportagem.
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