Alckmin e Doria anunciam integração de calendário e no material no ensino
A primeira reunião entre as equipes dos tucanos João Doria e Geraldo Alckmin, realizada nesta segunda-feira (9) no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista), terminou com o anúncio de que o calendário escolar das redes estadual e municipal será integrado --mas sem nenhum detalhe fornecido nem pelo prefeito, nem pelo governador. Como o ano letivo se inicia em um mês, parte das medidas só terá efeito no início do ano letivo do ano que vem, admite a prefeitura, via assessoria de imprensa.
A reunião iniciada às 7h30 durou pouco mais de três horas e só foi aberta para a imprensa ao final, durante cerca de cinco minutos, para a realização de imagens. Por volta das 13h30, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que a integração é tocada por dois grupos de trabalho, formados com representantes das secretarias estadual e municipal de educação, com foco na "organização conjunta das redes de educação básica" e por meio da "adoção do calendário único", da "compatibilização dos ciclos de aprendizagem" e do "compartilhamento de programas pedagógicos" e de "espaços ociosos de salas de aula, nas suas redes".
Conforme a assessoria, são previstas também ações de integração dos sistemas de transporte escolar no município e dos sistemas de execução de obras escolares entre FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) e a Secretaria Municipal de Serviços e Obras, bem como pela ampliação de ofertas de vagas de educação profissional no município. Sobre creches, a explicação é que as duas pastas deverão apresentar alternativas de cooperação pela ampliação do número de vagas.
Para nenhum caso, porém, foi detalhado um cronograma –a informação é que os grupos de trabalho têm prazos de 90 dias para apresentar conclusões --; no entanto, a prefeitura ressalvou que "as duas redes têm carreiras de professor distintas. E assim continuarão". Por outro lado, o órgão observou que o Estado “já usa o material pedagógico desenvolvido na prefeitura para os alunos do ciclo inicial. Não há uma decisão do que usar em uma ou outra rede. Mas há a disposição de troca de experiências e de apoio mútuo quando for necessário”, completou a nota da assessoria.
Tucanos falam em “sinergia”, mas evitam assuntos polêmicos
No palácio, na entrevista coletiva, Doria e Alckmin destacaram "a sinergia e a parceria" entre os dois governos, mas deixaram os assuntos mais polêmicos para os respectivos secretários --ainda que a maioria deles saísse do palácio enquanto os chefes concediam entrevista.
Sobre a integração das redes de educação, Alckmin afirmou que ela será implementada por meio de "um calendário único, com mesmo número de ciclos e material pedagógico". Indagado sobre o assunto, Doria afirmou que os secretários José Renato Nalini (estadual) e Alexandre Schneider (municipal) se reuniriam para discutir as mudanças. Ele apontou que as aulas recomeçam dia 6, mas evitou, assim como Alckmin, detalhar como e quando isso seria feito --deixou a cargo dos secretários.
“Juiz mal informado” e declamação de poema
O único secretário a falar com a imprensa foi o de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, a quem o governador transferiu a pergunta sobre o reajuste da integração depois de ele, próprio, afirmar que o aumento em São Paulo ainda está abaixo, citou, do registrado no Rio.
Na última sexta, a Justiça de São Paulo suspendeu o reajuste que valeria a partir de ontem, mas o Estado não cumpriu a decisão, expedida em caráter liminar. Segundo o secretário, o não cumprimento ocorreu porque o governo ainda não foi notificado --o que deve ocorrer ainda hoje.
"Hoje mesmo vamos recorrer", disse. Indagado sobre a liminar citar que usuários mais pobres serão prejudicados pelo reajuste, Pelissioni rebateu: "Infelizmente, o juiz, eu acho, estava mal informado. Porque o Metrô e a CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos] são integrados há muito tempo. Por R$ 3,80, se você comprar um bilhete no centro, você pode ir para Jundiaí, você pode ir para Mogi das Cruzes", afirmou.
A reunião dos dois secretariados teve declamação de poema por parte do governador --"Quando eu morrer, quero ficar", de Mario de Andrade.
Doria afirmou que os encontros serão realizados uma vez a cada três meses como forma de garantir "ganho de eficiência, redução de custos e ação integrada --com maior velocidade de ações e menor burocracia".
Além da parceria sem detalhamento na área de educação, o prefeito e o governador anunciaram medidas conjuntas como a construção de moradias de interesse social, a construção de um piscinão para combater enchentes, na zona leste, e ações integradas na saúde pela realização de atendimentos e exames.
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