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RJ monitora aproximação do PCC em favelas cariocas, diz secretário de Segurança

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

09/01/2017 13h02Atualizada em 09/01/2017 13h57

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, afirmou nesta segunda-feira (9) que as forças policiais estão em alerta por conta da aproximação do PCC (Primeiro Comando da Capital), cuja base é em São Paulo, com facções que controlam o crime organizado em favelas cariocas.

"Em relação ao PCC, a informação que eu tenho atualizada é de que há conversas no sentido comercial. Mas isso está sendo monitorado", declarou ele, em entrevista sobre a criação de um Giosp (Grupo Integrado de Operações de Segurança Pública), que funcionará como uma espécie de agência de inteligência das polícias do Rio.

Sá também disse que o Estado está cruzando informações de inteligência junto com a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) para se antecipar a possíveis problemas no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da capital fluminense.

"Todo e qualquer fato que venha a desestabilizar o sistema carcerário ou que possa levar a uma lógica expansionista desses grupos criminosos é relevante", disse ele, sem entrar em detalhes.

De acordo com o secretário, o Giosp vai funcionar em uma sala no Cicc (Centro Integrado de Comando e Controle) e terá como principal objetivo traçar "diagnósticos" e coletar informações sobre a atuação de facções do tráfico de drogas, além de investigar a compra ilegal de armas, munições e explosivos por parte de grupos criminosos.

Também será criada uma nova delegacia especializada, que estará focada em inquéritos sobre o tráfico de armas.

O Giosp contará com cerca de 30 policiais, entre civis e militares, em sua fase inicial. Segundo o secretário, não será gasto "nenhum centavo a mais", pois o novo núcleo de inteligência será estruturado com os recursos que existem na pasta da Segurança Pública.

"Temos que fazer o possível com os recursos que nós temos. Não adianta ficar reclamando de falta de recursos. Vamos usar a criatividade e criar um grupo como esse."

Sobre mortes de policiais

Sá também comentou um problema que tem sido recorrente no Rio: as mortes de policiais militares. De acordo com o secretário, algumas ações de caráter preventivo já foram tomadas, como o decreto que torna obrigatório o uso permanente do colete balístico. Além disso, o comando da corporação criou um grupo de trabalho para elaborar medidas alternativas. Uma delas é o estudo das rotas feitas pelos PMs no deslocamento entre a casa e o trabalho.

Já comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias, revelou outra ação que poderá ser implementada em breve. Trata-se de uma cartilha com instruções para que os policiais possam ter mais atenção a procedimentos de segurança pessoal, principalmente nos dias de folga: "Estamos analisando esse comportamento, checando se é por um descuido do policial, se tem a ver com os locais que ele frequenta, enfim estamos estudando tudo isso para criar procedimentos e tentar minimizar esses fatos".