Maior rebelião em presídio na história do RN termina com 26 mortos
Aliny Gama
Colaboração para o UOL, em Maceió
15/01/2017 18h30
A Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte confirmou a morte de 26 detentos na rebelião que começou na tarde de sábado e terminou na manhã deste domingo (15) na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nisia Floresta, na região metropolitana de Natal. Outros nove detentos ficaram feridos. Trata-se da maior rebelião em número de mortos da história do Estado.
Inicialmente, foi informado o saldo de 27 mortos, mas esse número foi revisado para 26. Uma das vítimas havia sido contada duas vezes.
Relatório oficial divulgado nesta manhã pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), órgão responsável pelo sistema carcerário no Rio Grande do Norte, indicava a morte de dez presos depois de a Polícia Militar ter entrado pacificamente na prisão para reassumir o controle do local após mais de 14 horas de rebelião.
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A própria Sejuc elevou o número de mortos para 15 posteriormente, mas em vídeos feitos pelos próprios presos que começaram a circular pelo aplicativo WhatsApp era possível contabilizar até 20 corpos.
O diretor do Instituto Técnico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep), Marcos Brandão, disse que disponibilizou 300 bolsas mortuárias e um contêiner frigorífico para receber os corpos dos detentos caso o número siga aumentando. Existem relatos que muitos dos mortos foram lançados em fossas do complexo penitenciário.
A entrada da polícia começou de maneira gradual desde a noite de sábado, primeiro na parte externa e depois nos pátios e pavilhões do complexo penitenciário, o maior do Rio Grande do Norte.
De acordo com as primeiras informações das autoridades, uma briga entre duas facções rivais de detentos gerou confrontos, assim como em outras penitenciárias do país nos últimos dias.
A Sejuc disse que a penitenciária de Alcaçuz abriga 1.150 presos, mas sua capacidade é para apenas 620.
Em comunicado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) afirmou que as mortes são "resultado de uma disputa entre facções rivais", e o governo estadual disse, por sua vez, que "estão sendo coletadas as informações sobre a participação dessas facções criminosas" na rebelião.
Pelo Twitter, o presidente Michel Temer indicou que está "acompanhando" a situação.