Mulheres de presos protestam em frente a presídio no RN; PM usa spray
Cerca de 15 mulheres, com os rostos cobertos, incendiaram três sofás, pneus e pedaços de madeira para fechar a rua de acesso da penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN).
Em seguida, a polícia saiu de dentro do presídio, com cerca de 10 policiais, e dispersou o grupo de mulheres com alguns tiros de bala de borracha e spray de pimenta. As mulheres foram afastadas da porta do presídio e estão sendo vigiadas pelos militares.
Após a ação da PM (Polícia Militar), uma mulher chegou a desmaiar e foi amparada por outras familiares de detentos. A mulher está grávida e começou a ter convulsões, e foi atendida pelo Samu.
Segundo apurou a reportagem, as mulheres protestam porque seus maridos, integrantes da facção Sindicato do Crime, queriam que os presos ligados ao PCC deixassem a penitenciária. Segundo elas, com a saída de 200 presos, os que ficarem estarão em minoria e fragilizados em meio à guerra que há entre os grupos.
Em entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública do Estado, Caio Bezerra, confirmou que os internos ocupavam os pavilhões 1 e 2 e eram ligados principalmente à facção Sindicato do Crime.
O incêndio já foi controlado. A PM fez um cordão de isolamento a 100 metros do presidio, impedindo o acesso das famílias ao local. A Força Nacional também ajuda na vigilância das manifestantes.
O governo do Rio Grande do Norte começou na tarde desta quarta-feira a transferir os presos para a Penitenciária Estadual de Parnamirim e para a Cadeia Pública de Natal Raimundo Nonato. As instituições ficam, respectivamente, na região metropolitana de Natal e na capital potiguar.
Mais cedo, familiares de detentos já haviam manifestado revolta com a situação à reportagem do UOL. As mulheres choraram e reclamaram que não foram retirados os presos do PCC. "Eles [governo] tiraram justamente os presos que começaram o problema, que tiraram a vida dos outros. Estão tirando os que querem paz", diz uma mulher, com o rosto coberto com uma camisa. "Ninguém vem nos dar explicação, isso é absurdo", disse outra parente de preso.
"Se ficar aí só alguns do Sindicato [facção] vão morrer, não pode não! O PCC que começou essa guerra, eles que saiam", afirmou a mãe de um detento. "Quero que meu filho pague, mas cumprindo o direito dele.
Entenda a crise em Alcaçuz
O presídio está em poder dos detentos desde o último sábado (14) --até agora os presos circulam livremente dentro dos muros da prisão. O conflito, uma briga entre facções, deixou ao menos 26 mortos.
A Tropa de Choque entrou por volta das 13h30 e começou a cercar o presídio. Pelo menos quatro ônibus já estão a postos dentro da entrada do presídio e 10 carros da polícia estão no local. Segundo o major Eduardo Franco, da PM (Polícia Militar), a transferência será feita em uma grande operação.
No meio da tarde, o major disse que não há previsão para término da transferência. "Não temos pressa, queremos fazer com toda segurança", disse Eduardo Franco.
No presídio, duas facções estão em pé de guerra: o PCC e o Sindicato do Crime. Ambos os lados pedem a transferência do grupo rival.
Segundo informações extraoficiais, os presos que serão levados são do Sindicato do Crime é devem ser conduzidos ao presídio de Parnamirim. O governo, porém, não confirma.
Alcaçuz é o maior presídio do Estado, com cerca de 1.200 presos, mas está superlotado. Sua capacidade é de 620 internos. A penitenciária custodia presos das facções criminosas Sindicato do Crime do RN e PCC (Primeiro Comando da Capital).
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