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PMs são baleados em cidade do ES ao fazerem patrulha a pé

Paula Bianchi

Do UOL, em Vitória

08/02/2017 20h03

Três policiais militares foram baleados no fim da tarde desta quarta-feira (8) em Cariacica, na grande Vitória. De acordo com a ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar), eles patrulhavam a pé o bairro de Flexal quando foram atingidos.

Um PM levou um tiro na perna e outro sofreu um tiro de raspão. Um terceiro policial foi atingido no braço quando foi socorrer os colegas. A Secretaria de Segurança do Estado não confirma a ocorrência.

Para o cabo Thiago Bicalho, do 7º Batalhão da Polícia Militar do Estado e diretor Social e de Relações Públicas da associação, trata-se de um “patrulhamento suicida”. Com a paralisação dos PMs, que desde sábado (4) têm permanecido dentro dos quartéis enquanto familiares dos militares bloqueiam as saídas, a corporação tem orientado os policiais a ir direto para os seus locais de trabalho.

“As viaturas não estão saindo dos quartéis, estão obrigando o pessoal a sair a pé, é um absurdo. Muitos, por medo e pressão das chefias aceitam, mas eles vão para a rua sem o equipamento adequado, sem defesa”, diz Bicalho.

Entenda a crise no Espírito Santo

No sábado (4), parentes de policiais militares do Espírito Santo montaram acampamento em frente a batalhões da corporação em todo o Estado. Eles reivindicam melhores salários e condições de trabalho para os profissionais.

A Justiça do Espírito Santo declarou ilegal o movimento dos familiares dos PMs. Segundo o desembargador Robson Luiz Albanez, a proibição de saída dos policiais caracteriza uma tentativa de greve por parte deles. A Constituição não permite que militares façam greve. As associações que representam os policiais deverão pagar multa de R$ 100 mil por dia pelo descumprimento da lei.

A ACS-ES (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Espírito Santo) afirma não ter relação com o movimento. Segundo a associação, os policiais capixabas estão há sete anos sem aumento real, e há três anos não se repõe no salário a perda pela inflação.

A SESP (Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social) contesta as informações passadas pela associação. Segundo a pasta, o governo do Espírito Santo concedeu um reajuste de 38,85% nos últimos 7 anos a todos os militares e a folha de pagamento da corporação teve um acréscimo de 46% nos últimos 5 anos.