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Investigação apura ligação de grupos de extermínio com mortes no ES, diz rádio

Do UOL, em São Paulo

12/02/2017 16h45

Grande parte das mais de 140 mortes registradas no Espírito Santo durante a greve de policiais teria envolvimento de grupos de extermínio, segundo afirmaram fontes do governo federal ligadas à investigação para a rádio CBN neste domingo (12).

Segundo a reportagem, existem "policiais aproveitando a manifestação que pede melhores condições de trabalho para cometer acertos de contas", e a Polícia Federal estaria investigando, sob sigilo, a atuação de grupos de extermínio, já que os incidentes indicariam a ação de movimentos organizados.

A Secretaria de Segurança Pública informou que uma força-tarefa foi montada na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa para investigar os homicídios registrados nos últimos dias para apurar a autoria e motivação, e não confirmou a atuação do grupo de extermínio.

Quase 900 policiais militares estão fazendo o patrulhamento das ruas do Espírito Santo neste domingo. Segundo a SSP, são 250 na região metropolitana de Vitória, 275 no sul do Estado, e 350 no norte, totalizando 875 agentes que atenderam à chamada do Comando-Geral da corporação. Caso não se apresentem, os PMs poderão sofrer punições administrativas.

Mulheres e familiares de policiais lideraram o movimento, formando bloqueios humanos na entrada dos batalhões. Neste domingo ainda seguiam bloqueando a saída das viaturas, forçando os policiais que retornaram ao trabalho a fazer as patrulhas a pé.

O Estado foi alvo de saques, fechamento de lojas, escolas e hospitais e viu um forte aumento no número de homicídios desde o dia 4 de fevereiro, quando os policiais paralisaram o trabalho, em um movimento que conta com o bloqueio de batalhões por mulheres e familiares.

A maior parte da violência se concentrou nas áreas mais pobres de Vitória, capital do Estado, com cerca de 2 milhões de pessoas vivendo na região dominada pelas indústrias portuária, petroleira e de mineração.

Mais de 3.100 soldados do Exército e membros da Força Nacional vêm ajudando no patrulhamento do Espírito Santo. Cerca de 10 mil policiais no Estado permanecem sem trabalhar neste domingo.

O UOL tentou entrar em contato com a Polícia Federal do ES pelos telefones informados no site, mas não em nenhum deles a ligação foi atendida. (Com Reuters e Agência Brasil)