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Casos de violência sexual aumentam 88% no Carnaval, diz programa do governo

Participante de bloco mostra mensagem contra o assédio no Carnaval - Fabio Teixeira/UOL
Participante de bloco mostra mensagem contra o assédio no Carnaval Imagem: Fabio Teixeira/UOL

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

03/03/2017 17h05

Os casos de violência sexual contra mulheres registrados pelo Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) durante o Carnaval de 2017 aumentaram 87,93% em relação ao Carnaval do ano anterior. Os dados são referentes a ligações recebidas de todo o Brasil e foram divulgados nesta sexta-feira (3) pela SPM (Secretaria de Políticas para as Mulheres), do governo federal. 

Entre sábado (25) e terça-feira (28) de 2017, o serviço registrou 2.132 atendimentos, uma queda de 1,62% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 2.167 ligações.

Se em números gerais o número de atendimentos caiu levemente, a quantidade de relatos de violência sexual que chegaram ao Disque 180 no Carnaval de 2017 quase dobrou. Foram 58 no ano passado e 109 em 2017.

Para o governo federal, o aumento no número de casos de violência sexual denunciados ao Disque 180 pode estar relacionado às campanhas de conscientização sobre o assunto realizadas antes e durante o Carnaval.

“Acreditamos que, com informação, mais mulheres estão tendo coragem de ligar para o 180 e denunciar casos ou buscar orientação”, disse a secretária de Políticas para Mulheres, Fátima Pelaes.

Dos 2.132 atendimentos registrados no Carnaval de 2017, mais da metade, 1.136 (53,4%), foram relativos a violência física. Outros 671 casos (31,4%) se referiam a violência psicológica.

Na última quinta-feira (2), a PM do Rio de Janeiro divulgou os dados relativos aos casos de violência contra mulheres durante o feriadão.

De acordo com a corporação, uma mulher foi vítima de agressão a cada três minutos durante o Carnaval do Rio de Janeiro

Depois de receber as ligações, o Disque 180 faz uma triagem dos casos e encaminha os relatos às autoridades locais responsáveis pelas investigações de crimes contra as mulheres.