Jovem morto em temporal de 100 km/h no RS se casaria em abril
O marceneiro Claudemir Gomes Freitas, 24, caminhava para o culto na igreja quando a tempestade chegou, no início da manhã deste domingo. O vento forte de mais de 100 km/h arrancou uma barra de ferro de uma estrutura à beira da estrada ERS-020 e acertou Freitas na cabeça.
Estudante do ensino fundamental, ele se preparava para casar em abril e foi a única vítima fatal do temporal que assolou São Francisco de Paula (112 km de Porto Alegre). O corpo foi enterrado na tarde desta segunda-feira.
O temporal deixou um traçado de destruição na cidade de 22 mil habitantes na serra gaúcha. Os ventos fortes levantaram estruturas inteiras de casas de madeira e arrancaram as copas de árvores. Segundo a empresa de meteorologia MetSul, o que atingiu a cidade foi um tornado de categoria F1 (a escala varia de 0 a 5, sendo 5 a mais forte), formado a partir da interação de uma massa muito quente e uma muito fria de ar. Ele veio acompanhado de uma supercélula de tempestade severa. Ainda segundo os meteorologistas, as rajadas podem ter alcançado os 150 km/h.
Com sol, nesta segunda-feira (13), milhares de moradores de São Francisco se dedicaram à reconstrução do que foi destruído pelo temporal. Muros e cercas se transformaram em varais para secar roupas, colchões e documentos tirados do meio dos destroços.
Segundo levantamento da Defesa Civil do RS, a tempestade deixou 70 pessoas feridas, 70 desalojadas e 500 residências destruídas. São 1.600 moradores afetados diretamente pela chuva. Não há mais o registro de pessoas desaparecidas - havia dez, segundo os primeiros levantamentos da prefeitura no domingo.
Estado de calamidade
Na manhã desta segunda-feira, a Prefeitura de São Francisco de Paula decretou estado de calamidade. O passo seguinte é a homologação da condição pela Defesa Civil do RS para a liberação de recursos federais de amparo ao município. Ainda no domingo, o governo gaúcho prometeu a liberação de R$ 175 mil para a área da saúde.
Segundo o prefeito, Marcos Aguzzoli, o prejuízo supera R$ 12 milhões. "Parece que foi tudo pisoteado. Hoje de manhã, pude olhar mais de perto, já que antes muitas ruas estavam trancadas. Casas de alvenaria, fortes, foram destruídas. A gente não entende como pode ter acontecido tudo isso", afirmou em entrevista a uma rádio local.
A todo momento, a prefeitura, pelas redes sociais, atualiza a lista de pedido de ajuda. Os moradores que estão abrigados em ginásios, igrejas e escolas necessitam de roupas e colchões, alimentos e material de higiene, incluindo fraldas.
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