Topo

Metroviários e motoristas de ônibus param nesta 4ª em SP; rodízio é suspenso

Trabalhadores dos ônibus e do metrô prometem parar em SP nesta quarta - Zanone Fraissat - 18.mai.2016/Folhapress
Trabalhadores dos ônibus e do metrô prometem parar em SP nesta quarta Imagem: Zanone Fraissat - 18.mai.2016/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

14/03/2017 19h51Atualizada em 14/03/2017 23h50

Metroviários de São Paulo vão parar por 24 horas nesta quarta-feira (15), a partir da 0h. A decisão foi tomada em assembleia na noite desta terça-feira, apesar de decisão judicial proibir a suspensão do serviço. Os metroviários se unem a motoristas e cobradores municipais de ônibus, que prometem paralisar 100% da frota a partir de 0h desta quarta-feira (15) na capital paulista. As mobilizações fazem parte do Dia Nacional de Paralisações e Greves contra as reformas da Previdência e Trabalhista.

De acordo com o Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores Rodoviários Urbanos de São Paulo), os ônibus não vão circular na cidade de São Paulo até as 8h desta quarta. Após as 8h, os ônibus voltam a funcionar normalmente na cidade. Valdevan Noventa, presidente do sindicato em São Paulo, confirma que a paralisação de ônibus será mantida mesmo após decisões da Justiça proibirem a paralisação. "Nós não fomos notificados. A greve está de pé", afirma. 

Ao contrário das demais, a linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo funcionará normalmente, informa a ViaQuatro, concessionária que opera as sete estações da linha (Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Fradique Coutinho, Paulista, República e Luz). 

A Prefeitura de São Paulo obteve na tarde desta terça-feira decisão, em caráter liminar, na 13ª Vara da Fazenda Pública, obrigando o sindicato dos motoristas a manter no mínimo 70% da frota de ônibus circulando em São Paulo. A liminar fixa uma multa de R$ 5 milhões por hora em caso de descumprimento pelo sindicato. Em outra decisão, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região decidiu que o sindicato de motoristas não está autorizado a fazer greve, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

Rodízio é suspenso em São Paulo

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo) suspendeu o rodízio municipal de veículos nesta quarta-feira, durante todo o dia. Em nota, a companhia informa que "a medida tem como objetivo garantir a mobilidade do cidadão e valerá apenas para os carros. As restrições de circulação para caminhões seguem valendo normalmente".

Paralisação no Rio deve durar 24 horas

O Sintraturb (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro) decidiu em assembleia realizada nesta terça-feira (14) aderir ao Dia Nacional de Paralisações e Greves contra as reformas da Previdência e Trabalhista. Motoristas e cobradores dos ônibus municipais, BRT, VLT, ônibus fretados, de turismo e escolares vão cruzar os braços por 24h a partir das 0h desta quarta-feira (15).
 
O presidente do sindicato, Sebastião José da Silva, diz que é difícil precisar qual será o grau de adesão da categoria uma vez que a última manifestação nacional envolvendo diversos setores contra um projeto de governo ocorreu nos anos 1990, “antes do Facebook, do Twitter”.
 
“A adesão vai depender da comunicação, mas os trabalhadores estão cientes dos prejuízos dessa reforma, a nossa orientação é parar. Não tem nenhuma possibilidade de um motorista dirigir até os 70 anos, ninguém mais vai conseguir se aposentar por tempo de trabalho. A idade útil de um motorista é de 50, 55 anos, depois disso a pessoa não aguenta mais”, afirma.
 

Professores também prometem parar

Professores das redes estadual e municipal de São Paulo anunciaram, por meio de seus sindicatos, que farão parte do dia de mobilização nacional e vão parar suas atividades nesta quarta (15).

Segundo a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), a categoria fará protestos pelo Brasil contra as reformas da previdência, trabalhista e do ensino médio. Os representantes da confederação anunciaram que estarão presentes no protesto marcado para acontecer na Av. Paulista.

De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), os professores também querem reajuste salarial e são contra algumas mudanças no currículo do ensino médio, proposta sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB) em fevereiro deste ano.

A categoria fará uma assembleia estadual às 14h desta quarta na praça da República. No encontro, eles pretendem definir a continuidade ou não da greve de professores. Depois, seguirão para a manifestação na Av. Paulista.

Manifestações pelo Brasil

A mobilização das categorias faz parte do Dia Nacional de Paralisações e Greves contra as reformas da previdência e trabalhista.

Uma série de protestos está marcada para acontecer durante toda a quarta-feira. Organizados por centrais sindicais e movimentos como CUT, CNTE, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, os atos devem acontecer nas capitais e em Brasília.

Em São Paulo, o protesto será concentrado na Av. Paulista, às 16h. Outras categorias como servidores da Sabesp, dos Correios e da Polícia Civil também devem participar dos protestos na cidade.

No Rio de Janeiro, o ato começará às 16h, na Candelária. Já em Brasília, a manifestação será na parte da manhã, às 8h, na Catedral Metropolitana.