SP: Movimentos e centrais protestam contra Temer em "esquenta" para greve do dia 28
Membros de centrais sindicais e de movimentos sociais realizaram nesta tarde e noite de sexta-feira (31), no centro de São Paulo, uma manifestação contra a reforma da Previdência e o projeto de lei de terceirização ampla. Os organizadores estimam, que, ao todo, 70 mil pessoas participaram dos atos. A PM (Polícia Militar) não divulgou números.
Um grupo de manifestantes bloqueou os dois sentidos da avenida Paulista às 16h e depois partiu pela rua da Consolação rumo à Praça da República. Lá, por volta das 19h20, eles encontraram outra turma, essa composta majoritariamente por professores da rede municipal de ensino, que haviam saído da praça do Patriarca. Logo em seguida, os manifestantes começaram a dispersar. Poucos policiais militares acompanharam o percurso.
Os professores aproveitaram o protesto para decidir, em assembleia, encerrar a greve na rede municipal que vinha desde o dia 15 de março. Segundo o sindicato, eles aceitaram as propostas apresentadas pela prefeitura. A base aliada do prefeito João Doria não vai votar as mudanças na previdência municipal na Câmara e sugere dialogar antes com a categoria. A rede estadual, que também paralisou as aulas por quatro dias nesta semana, retomará os trabalhos normalmente na próxima segunda-feira.
Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e integrante da Frente Povo Sem Medo, classificou como “vigorosos” os protestos que aconteceram durante todo o dia em ao menos 16 Estados e no Distrito Federal.
"Hoje não é um dia de paralisações, e mesmo assim muita gente foi para rua, travaram rodovias. Hoje é só o esquenta para a greve geral que está marcada para o dia 28 de abril", disse.
Boulos afirmou que a expectativa é que o ato no centro de São Paulo reúna mais de 50 mil pessoas.
O coordenador do MTST também comparou os protestos de hoje com os que aconteceram no último domingo (26), promovidos por MBL e Vem Pra Rua, grupos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.
"Eles foram às ruas e não conseguiram juntar nem 5 mil pessoas. Os atos de hoje mostram a vitalidade da resistência popular. As pessoas finalmente estão entendendo o que significa essa reforma da previdência e o governo Temer", disse.
Segundo o presidente da CUT de São Paulo, Douglas Izzo, apenas no Estado foram realizados atos em mais de 20 cidades. "Eu fui para a frente das fábricas em Taubaté. Outros companheiros estiveram nas fábricas do ABC Paulista. Isso é só o esquenta. Vamos fazer audiências públicas nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas, pressionar os deputados federais, mobilizar trabalhadores para que dia 28 seja um grande ato no Brasil inteiro", afirmou.
Segundo Rui, está havendo uma mobilização nas câmaras de vereadores e nos Estados para que o Congresso Nacional não aprove a reforma. "Eles têm que ter a certeza de que quem votar a favor da reforma não será eleito em 2018", disse.
Dia de protestos
A sexta-feira (31) começou com protestos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe, Pará, Acre e Minas Gerais, além do Distrito Federal. Os atos protestam contra a reforma da Previdência e as mudanças na legislação trabalhista defendidas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB).
Em São Paulo, pela manhã, houve bloqueios em diversas ruas e estradas da capital e de todo o Estado. Já no Rio, por volta das 8h, o grupo Levante Popular da Juventude montou um acampamento na frente do prédio da TV Globo no Jardim Botânico, na zona sul.
Em todo o país, as centrais sindicais têm utilizado os atos desta sexta para convocar os trabalhadores para uma greve geral no dia 28 de abril.
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