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Recruta reclamava dos treinos e família só soube de afogamento pela TV

Carros dos bombeiros durante resgate a soldados do Exército em Barueri, na Grande SP - Reprodução/TV globo
Carros dos bombeiros durante resgate a soldados do Exército em Barueri, na Grande SP Imagem: Reprodução/TV globo

Vagner Magalhães

Colaboração para o UOL

25/04/2017 17h15

O padrasto de uma das três vítimas de afogamento durante treinamento nas dependências do 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve, em Barueri, na Grande São Paulo, disse que o enteado reclamava do rigor nos treinamentos e que só tomou conhecimento do caso pela televisão. O incidente aconteceu na tarde da última segunda-feira.

Seu enteado, Victor da Costa Ferreira, 19 anos, morreu afogado juntamente com os recrutas Wesley da Hora dos Santos e Jonathan Turella Cardoso Allah, todos da mesma idade.

Nédio de Lucena conta que Victor costumava reclamar dos treinamentos, que eram bastante rigorosos. "O pessoal judiava muito deles. Se fizesse qualquer coisa errada, pagava castigo", afirmou em entrevista ao UOL.

Lucena disse que só soube da morte de Victor pela televisão e que, na mesma hora, se dirigiu para o local, pois sabia que o filho estava lá.

"Nós fomos atrás e ficamos como tontos na portaria. Só aí atenderam a gente, mandaram entrar, aguardar. Aí veio um monte de oficial contar sobre o que havia acontecido", disse.

O Comando Militar do Sudeste informou nesta terça-feira que instaurou um Inquérito Policial Militar para levantar as causas que levaram ao afogamento de três militares do 21º Depósito de Suprimentos, em Barueri, na Grande São Paulo.

Eles se afogaram dentro de um lago lago existente na área de treinamento militar. O inquérito tem até 40 dias para ficar pronto.

O exército informou que o lago não estava na rota do treinamento e não soube explicar porque eles entraram na água e se sabiam nadar.

As vítimas faziam parte de um grupo de 154 recrutas que participavam do treinamento. Um quarto jovem foi resgatado por militares que faziam apoio à atividade. Segundo o Exército, o sobrevivente passa por assistência médica e psicológica.

Ainda de acordo com o Exército, os militares estavam em instrução militar e faziam uma atividade prevista no treinamento do combatente básico.

Eles participavam de uma pista de orientação diurna, que consiste na formação de grupos com quatro integrantes. Com o auxílio de mapas e bússolas, os recrutas precisam se localizar no terreno e passar por locais desmascarados.

O Instituto Médico Legal liberou os corpos dos três jovens.