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Imagens mostram momento em que policial civil é morto em balada de SP; PM é suspeito

Demétrio Vecchioli

Colaboração para o UOL

27/04/2017 14h52

As imagens de uma das câmeras de segurança do festival de música eletrônica Electric Zoo Brasil mostram o assassinato do policial José Roberto Cunha Pauferro, mais conhecido como Sangue, na madrugada de sábado. No vídeo, obtido pelo UOL, um homem aparece guardando a arma que, supostamente, foi usada no crime. Também é possível notar ele dando o último dos quatro disparos que acertaram Pauferro.

Para o advogado da vítima, Leandro Giannasi, o homem com a arma seria o policial militar Alexandre da Silva Laselva. "Ele atira, sai de lado e guarda a arma. Depois, sai mancado e senta no chão, do lado do corpo", aponta. O caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Pelo que consta no boletim de ocorrência, Laselva havia sido alvejado anteriormente, levando um tiro na perna, disparado por Sangue. O policial civil trabalhou boa parte da carreira no Departamento de Investigações sobre Narcóticos (DENARC), ao mesmo tempo em que organizava eventos de música eletrônica em São Paulo.

O UOL teve acesso ao depoimento de Márcio Roberto Azevedo, o Blade, integrante do programa Legendários, da TV Record, e amigo de Sangue. Ele contou à polícia que a confusão começou quando Laselva, trabalhando como segurança do evento, tentou revistar o policial civil no camarote. Sangue o impediu, afirmando ser policial, e os dois discutiram.

De acordo com Blade, Sangue seguiu para o banheiro, localizado em um contêiner, para onde Laselva se dirigiu em seguida. Após mais uma discussão, o policial civil sacou sua arma e disparou três tiros. Um deles acertou a perna do policial militar, que deixou o local sangrando.

O vídeo obtido pelo UOL bate com a versão de Blade, que contou que Laselva voltou acompanhado de cerca de 30 seguranças, determinando a prisão de Sangue. Os tiros, segundo ele, foram disparados quando o policial civil estava cercado. Um dos disparos, à queima-roupa, ainda acertou um segurança do evento.

Giannasi contou ao UOL que um dos relatos dá conta de que o policial civil, ao ouvir que seria preso, teria respondido: “Prende aí. Mas vai me prender em qual delegacia? Eu já trabalhei em todas, conheço todo mundo”. Giannasi ainda admite que há uma “versão paralela” da história, a de que Sangue discutiu com Laselva porque o policial militar encontrou drogas com outra pessoa no camarote e o policial civil “tomou as dores”.

Questionada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que responde pelas polícias civil e militar do estado, ainda não respondeu.