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Novo boletim diz que estudante agredido por PM em GO tem "baixo risco de morte"

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

03/05/2017 10h25

Novo boletim médico divulgado na manhã desta quarta-feira (3) pelo Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia) informou que Mateus Ferreira da Silva, 33, tem “baixo risco de morte”. A informação é diferente do que constava no último documento sobre o estado de saúde do estudante, divulgado às 17h10 de ontem, que dizia que Mateus não corria risco de morte.

Segundo a assessoria de imprensa do Hugo, a mudança no termo não significa uma evolução negativa do quadro clínico do estudante, que permanece internado em estado grave, mas estável, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital.

O Hugo afirmou que a mudança se deu por se tratar de um paciente que está sob cuidados intensivos e que usar “baixo risco de morte” é mais adequado nesses casos.

Mateus saiu da UTI 3, que é a unidade neurológica, para a 2, segundo o hospital, justamente por causa da melhora no seu quadro, observada nas sucessivas tomografias.

"O que foi feito até agora foi lutar para que ele não morra. Estamos passando bem sobre esse risco [de morte], mas, apesar da melhora, ele tem um estado que requer cuidados”, afirmou Alexandre Amaral, médico intensivista e coordenador da UTI do Hugo,  durante visita de senadores do PT Lindbergh Farias (RJ), Gleisi Hoffman (PR), Regina Sousa (PI), Fátima Bezerra (RN) na manhã desta quarta-feira.

O novo boletim informa que está sendo aplicada uma dosagem baixa de medicamentos para manter a sedação, que ele ainda respira com a ajuda de aparelhos e permanece entubado.

Entenda o caso

O jovem deu entrada no Hugo no último dia 28 após receber um forte golpe de cassetete na testa, desferido pelo capitão da Polícia Militar Augusto Sampaio de Oliveira Neto durante confronto entre manifestantes e PMs, na praça do Bandeirante, no centro de Goiânia. O golpe foi tão forte que arrancou a capa de borracha que encobre o cassetete.

Mateus protestava contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Michel Temer, no dia da greve geral convocada pelas centrais sindicais.

Essa não seria a primeira vez que o capitão Oliveira Neto teria se envolvido em agressão. Segundo reportagem da "TV Globo", consta da ficha do PM o envolvimento em ao menos quatro casos de agressão, incluindo violência a menores de idade em situação de rua, entre 2008 e 2010. Oliveira Neto nunca foi punido por nenhuma delas, segundo a TV.