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Estudante diz ter sido estuprado dentro de banheiro de escola em Teresina

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

12/05/2017 14h27

Um estudante de 16 anos diz ter sido estuprado dentro do banheiro masculino do CEEPS Sul (Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde), em Teresina, por volta das 18h30 desta quinta-feira (11).

A vítima saiu ensanguentada do local e foi socorrida por outros estudantes na quadra de esportes da escola. O acusado do estupro tem 17 anos e também estuda na unidade de ensino. Ele nega o crime.

A Seduc (Secretaria de Estado da Educação) do Piauí informou que ao tomarem conhecimento do ocorrido, professores acionaram a Companhia Independente de Policiamento Escolar, que encaminhou os envolvidos à Central de Flagrantes de Teresina. Eles prestaram depoimento e foram liberados em seguida.

A polícia informou que a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente está investigando o caso. A vítima não quis fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Teresina.

O estudante relatou que conhecia o suposto agressor e que foi violentado logo após entrar no banheiro masculino.

Ele contou que procurou socorro na quadra de esportes e um grupo de estudantes se dirigiu ao banheiro, onde encontrou o acusado ainda sujo de sangue. A direção e professores da escola foram chamados e a polícia acionada.

“Eu tinha saído da sala para ir ao banheiro e ele estava lá. Ele me puxou por trás, tirou minha calça e me penetrou. Eu o empurrei, ele me deu um murro e cai no chão. Depois sai correndo. Nunca esperava que ele fizesse isso comigo porque ele é praticamente meu vizinho, moramos no mesmo bairro e já estudamos juntos”, disse o estudante em entrevista à TV Cidade Verde.

Antes da chegada da polícia, estudantes se revoltaram com o suposto estupro e tentaram agredir o suspeito. Ele saiu da escola escoltado pela PM e não voltará a estudar na unidade de ensino.

Em depoimento à polícia, o acusado negou a violência sexual e afirmou que ele e adolescente se desentenderam ao se encontrarem no banheiro.

O UOL entrou em contato com a escola, na manhã desta sexta-feira (12), mas ninguém quis comentar sobre o assunto.

A Seduc informou que o suposto agressor foi afastado da escola e será transferido para outra unidade de ensino.

A secretaria afirmou ainda que “tão logo os professores da escola tomaram conhecimento do fato, acionaram a Companhia Independente de Policiamento Escolar (Cipe), que agiu rapidamente e encaminhou os envolvidos à Central de Flagrantes de Teresina”.

Série de estupros no Piauí

No último dia 3, uma garota de 15 anos que está grávida de seis meses foi estuprada por dois adolescentes. A adolescente estava com o namorado quando o casal foi abordado por três rapazes na cidade de Uruçuí, região sul do Piauí. Após estuprarem a adolescente, os infratores assassinaram o namorado dela Flaviano Marinho da Silva, 19, e jogaram o corpo no rio Parnaíba.

No ano passado, o Piauí registrou três estupros coletivos nas cidades de Sigefredo Pacheco, região norte do Estado, e Pajeú do Piauí e Bom Jesus, na região sul.

Em Sigefredo Pacheco, uma jovem de 21 anos foi estuprada por quatro homens no assentamento Santo Antônio de Campo Verde. Já em Pajeú do Piauí, uma garota de 14 anos foi estuprada por quatro homens dentro de um banheiro de uma quadra de esportes.

Em Bom Jesus, uma jovem de 17 foi encontrada desacordada dentro de uma construção abandonada. A vítima estava com a calcinha amarrada à boca. Cinco pessoas são suspeitas do crime.

Outro caso emblemático foi registrado em 27 de maio de 2015, na cidade de Castelo do Piauí, região norte do Estado. Quatro adolescentes com idades entre 14 e 17 anos foram atacadas enquanto subiam o Morro do Garroto, ponto turístico da cidade, para tirar fotos.

Segundo a polícia, elas foram dominadas, estupradas, arrastadas e jogadas de cima de um penhasco da altura de um prédio de três andares. Caídas, ainda foram apedrejadas. Uma delas morreu.

Quatro adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos, e um adulto, Adão de Sousa Silva, 41, foram apontados como autores do crime. Eles negam. Os adolescentes foram julgados e condenados a 24 anos de reclusão em regime fechado para cumprimento de medidas socioeducativas. Um deles, o de 17 anos, foi assassinado dentro do alojamento logo depois de receber a condenação.

Preso há dois anos na Penitenciária de Altos, Adão José de Sousa Silva ainda não foi julgado. O Ministério Público pediu a pena máxima de 151 anos e dez meses de prisão em regime fechado. Ele nega o crime, mas exames de DNA apontaram que há presença de sêmen de Silva nas amostras colhidas nos corpos das vítimas.