Piloto que sobreviveu a queda de avião não podia pilotar e já havia se acidentado

O piloto de 72 anos de um avião monomotor experimental que caiu na última segunda-feira (24) durante tentativa de aterrissagem na pista do aeroclube de Pará de Minas, região central de Minas Gerais, não poderia estar voando.
O UOL confirmou junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) que a habilitação do militar reformado André Barbosa Silva estava suspensa desde 2010, quando ele sofreu um acidente com a mesma aeronave em Divinópolis, também em Minas.
Segundo a ANAC, os pilotos têm a licença para voar suspensa automaticamente por 180 dias após acidentes. O militar reformado chegou a dar início à época aos procedimentos para renovar a habilitação (entrega de documentos, exame, dentre outros), mas não os concluiu e está impedido de pilotar.
A exemplo da queda de 2010, quando fez pouso forçado numa propriedade rural e sofreu apenas ferimentos leves, André Barbosa Silva escapou com vida do acidente desta segunda-feira em Pará de Minas.
Único ocupante da aeronave, o militar reformado sofreu uma fratura exposta na perna direita e uma fratura fechada na esquerda. Ele foi encontrado pelos bombeiros consciente, reclamando de dores nas pernas, e sem mais escoriações visíveis, e está se recuperando no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Pará de Minas.
André Barbosa Silva indicou durante o seu resgate que uma possível pane num dos motores o levou a perder o controle e não conseguir fazer o pouso com sucesso - o avião bateu de raspão num poste de energia e atingiu o telhado de uma casa antes de cair na cabeceira da pista.
Em contato com o UOL, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) afirmou que uma equipe do Seripa III (Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) partiu na manhã desta terça-feira do Rio de Janeiro para o local do acidente e iniciará a investigação.
Segundo o órgão, os membros da equipe farão o procedimento padrão conhecido como ações iniciais: eles fotografam o local, ouvem testemunhas, colhem determinadas peças da aeronave de acordo com a dinâmica do acidente, dentre outras atividades, com o intuito de prevenir que acidentes com a mesma característica voltem a ocorrer.