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Ex-senador boliviano vítima de acidente aéreo respira com ajuda de aparelhos

Estado de saúde do ex-senador boliviano é instável e grave, segundo hospital - Valter Campanato/Agência Brasil
Estado de saúde do ex-senador boliviano é instável e grave, segundo hospital Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

14/08/2017 11h24Atualizada em 14/08/2017 11h24

O estado de saúde do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, 58, é grave e instável. Ele respira com ajuda de aparelhos. Molina, que ficou conhecido no país por se refugiar na embaixada brasileira em La Paz em 2012, sofreu um acidente aéreo no fim de semana.

O boliviano pilotava um avião de pequeno porte que caiu no início da noite deste sábado (12), no aeroclube de Luziânia, cidade goiana no entorno do DF, a cerca de 200 km de Goiânia.

A aeronave ficou destruída. Único ocupante, Molina foi resgatado ferido gravemente.

"O paciente deu entrada no Hospital de Base na noite de sábado (12), em estado grave, politraumatizado e com traumatismo crânio encefálico. Foi feita drenagem bilateral no tórax e traqueostomia de urgência", informou a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Ainda segundo a secretaria, um leito na UTI do Hospital das Forças Armadas foi disponibilizado, "mas até o momento [por volta das 10h desta segunda-feira (14), o paciente não apresenta condições para remoção". A Aeronáutica investiga as causas do acidente.

Asilado no Brasil desde 2012

Molina foi senador na Bolívia pelo Plano de Progresso para a Bolívia - Convergência Nacional, partido de extrema direita. Ele foi acusado durante o governo Evo Morales de cometer irregularidades, que na época teriam gerado um dano econômico de US$ 1,7 milhões à Bolívia.

Porém, o ex-senador pediu asilo ao Brasil em 2012, alegando sofrer perseguição política. O pedido foi concedido, mas o governo boliviano não deu um salvo-conduto para que ele deixasse o país.

Por isso, Molina se refugiou na embaixada brasileira, onde permaneceu por 454 dias. Porém, com ajuda de um funcionário da embaixada, ele conseguiu chegar ao Brasil de carro, sem ser detectado por autoridades bolivianas, e passou a morar em Brasília.

Sua fuga para o Brasil, pela fronteira boliviana em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, causou dissabores ao governo brasileiro e colaborou para a demissão do então ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota.

O ex-senador também foi lembrado em 2016, dessa vez por conta do acidente com o avião da Chapecoense, na Colômbia, por ser sogro do piloto da aeronave, Miguel Quiroga.