"Não era para ele vir", diz mecânico que procura irmão entre vítimas de naufrágio

“Não era para ele vir. Ele só viria porque é aniversário de 75 anos da nossa mãe”, relatou ao UOL o mecânico Vinícius Santos, 27, enquanto buscava informações sobre o irmão, o também mecânico Paulo Vinícius Santos Macaúbas, que estaria entre os passageiros da lancha que naufragou na manhã desta quinta-feira (24), na baía de Todos os Santos, na região metropolitana de Salvador.
Até as 20h de hoje, 20 óbitos haviam sido confirmados. Procurado pela reportagem, o DPT (Departamento de Polícia Técnica) informou que o nome de Paulo Vinícius não constava da lista de nomes de vítimas que já haviam sido identificadas pelo IML (Instituto Médico Legal) de Salvador.
Ainda assim, o mecânico diz estar certo de que perdeu o irmão. Para ele, se vivo estivesse, Paulo teria dado um jeito de entrar em contato com os parentes.
“Meus pais foram lá no IML para ver se o corpo está la. Uma tragédia dessa, logo no dia de aniversário de minha mãe, ninguém merece”, diz ele.
Paulo é morador de Mar Grande, no município de Vera Cruz (Grande Salvador), mas costuma vir à capital nos fins de semana para visitar a família. Casado, Paulo tem uma filha de 7 anos e um filho de 4. “Além dele, que é o irmão do meio, tenho mais duas irmãs”, diz.
Vinícius diz ter ficado a par do acidente por meio de um tio, policial militar, que trabalha no terminal marítimo de Salvador, onde o mecânico permaneceu durante toda a tarde.
“Ele já tinha combinado de vir. Ligou para dizer que estava tudo certo, que fecharia a oficina”, lamenta.
Empunhando um cartaz --no qual se lia “Tragédia anunciada é crime”, Vinícius buscava entender o que a dimensão do acidente. “E agora? Quem vai pagar por essas vidas?”, diz.
Como foi o naufrágio
O naufrágio da lancha aconteceu na Baía de Todos os Santos, na região metropolitana de Salvador, na manhã desta quinta-feira (24). Mais de 80 pessoas, de acordo com a Capitania dos Portos e o Corpo de Bombeiros da Bahia, foram resgatadas.
De acordo com o comandante, um inquérito será instaurado para apurar em que condições o acidente ocorreu. Segundo ele, a partir de números da Astramab (Associação de Transportadores Marítimos da Bahia), entidade que reúne donos de embarcações, a lancha Cavalo Marinho I tinha capacidade para 160 pessoas e estaria transportando, hoje pela manhã, 129, além de quatro tripulantes.
"Tivemos uma tragédia", definiu Almeida.
Entre os mortos, além de adultos, estão uma idosa e uma criança de um ano que foi resgatada com vida, mas não respondeu às tentativas de reanimação feitas por paramédicos do Samu.
Ao todo, quatro ambulâncias do Samu e uma do Corpo de Bombeiros prestam atendimento às vítimas que chegam ao Terminal Marítimo da capital, no bairro do Comércio, onde familiares e amigos dos passageiros chegam a todo momento em busca de informações. Os sobreviventes estão sendo socorridos para o HGE (Hospital Geral do Estado) e para UPAs (Unidades de Pronto Atendimento na capital baiana).
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