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PM e Forças Armadas fazem 2º dia de varredura em mata no entorno da Rocinha

Com blindados de guerra e outros recursos, militares patrulham ruas da Rocinha nesta quarta - Pablo Jacob/Agência O Globo
Com blindados de guerra e outros recursos, militares patrulham ruas da Rocinha nesta quarta Imagem: Pablo Jacob/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

11/10/2017 07h49Atualizada em 11/10/2017 10h51

A Polícia Militar do Rio de Janeiro e as Forças Armadas realizam nesta quarta-feira (11), pelo segundo dia seguido, uma varredura em busca de armas e drogas na mata que circunda a favela da Rocinha, na zona sul carioca.

Em entrevista à "TV Globo", o porta-voz do CML (Comando Militar do Leste), coronel Roberto Itamar, afirmou que as tropas federais atuam para dar "apoio técnico", com militares especializados em engenharia, durante o trabalho de busca.

Assim como na terça-feira (10), as oito unidades da Secretaria Municipal de Educação situadas na região da Rocinha suspenderam atividades devido à possibilidade de tiroteios. São 2.489 alunos prejudicados pelo 2º dia consecutivo. Foram fechadas cinco escolas, duas creches e um EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil).

Itamar disse ainda que a área no entorno da Rocinha é formada por 40 milhões de metros quadrados de mata atlântica. Os militares utilizam recursos como detectores de metais a fim de localizar materiais que eventualmente estejam enterrados ou escondidos no terreno.

Além das unidades especiais da PM, participam da ação tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Foram mobilizados cerca de 600 homens, além de veículos blindados e outros recursos.

Rocinha dez de outubro  - Fábio Motta/Estadão Conteúdo - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
Militares patrulham ruas e becos da Rocinha, na zona sul carioca
Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

O trabalho de varredura na comunidade teve início na manhã de ontem (10). A ação ocorreu nos mesmos moldes, com incursões da PM e suporte técnico por parte das Forças Armadas.

Horas depois, em outro ponto da cidade, a Polícia Civil prendeu Danúbia de Souza Rangel, mulher do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico na Rocinha. Em março do ano passado, ela foi condenada a 28 anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa. Ela estava foragida.

A Rocinha vive uma disputa entre grupos de traficantes depois de uma briga entre os ex-aliados Nem e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.

O racha ocorreu após uma tentativa de invasão à comunidade, no mês passado. Na ocasião, mesmo detido na penitenciária federal de Rondônia, Nem ordenou que criminosos leais tentassem derrubar a quadrilha de Rogério 157, que assumiu o comando das bocas de fumo da Rocinha depois da prisão do ex-aliado, em 2011.

O episódio desencadeou uma intensa crise de violência na Rocinha, onde os tiroteios passaram a ocorrer com frequência diária. Em apenas dois dias, após a tentativa de invasão, quatro pessoas morreram.

A resposta do Estado veio com uma grande ação de cerco militar. Foram mobilizados mais de 1.000 homens, entre militares das Forças Armadas e das polícias do Rio de Janeiro. A favela chegou a ser ocupada por uma semana. O quadro de violência, porém, continuou após a saída das tropas federais. A segurança agora é feira pela PM.