Topo

Polícia em SP prende 13 suspeitos de fornecer fuzis e drogas a traficantes da Rocinha

Armas e munições apreendidas durante a Operação Salazar deflagrada pela Polícia Civil de SP - Marcelo Gonçalves/Estadão Conteúdo
Armas e munições apreendidas durante a Operação Salazar deflagrada pela Polícia Civil de SP Imagem: Marcelo Gonçalves/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo*

19/10/2017 15h09

Uma operação coordenada pela Polícia Civil em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) prendeu nesta quinta-feira (19) 13 pessoas suspeitas pelos crimes de tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Batizada de Operação Salazar, a ação mobiliza ainda a polícia no interior do Estado e na Baixada Santista desde a madrugada.

O alvo da ação, coordenada pela Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) de São Bernardo do Campo, é a facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital), suspeita, de acordo com as investigações, de fornecer armamento a traficantes da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro.

Apontado pela polícia como suposto chefe da quadrilha, Fabiano Robson dos Santos Freitas, conhecido como Negão da Baixada, foi detido na Praia Grande, na Baixada Santista.

De acordo com o delegado Aldo Galeano Júnior, foram descobertas ligações de traficantes do Rio “pedindo apoio a essa quadrilha de São Paulo em ajuda na guerrilha que está acontecendo nos morros cariocas”.

Questionado sobre como os criminosos paulistas teriam auxiliado os do Rio, o delegado respondeu que isso se daria pelo “fornecimento de armas como fuzis”, por exemplo. Sobre isso, ele afirmou que as investigações tentaram há cerca de 20 dias uma interceptação de armas, junto à Polícia Rodoviária, mas não houve resultados.

“Os fuzis seriam usados para essa guerra de facções pela tomada de ponto de tráfico”, disse o delegado.

Ainda conforme o policial, o apoio ao tráfico no Rio se dava também pelo envio fracionado de droga ao Estado vizinho. “Com certeza essa droga estava por cautela passando por São Paulo e sendo encaminhada ao Rio em pequenas quantidades”, explicou.

Ainda não há um balanço fechado sobre armas e drogas apreendidas. Um dos presos, no entanto, atestou Galeano Junior, seria o responsável por estabelecer o contato com facções no Rio. Na casa do suspeito, foram apreendidos HDs de computador.

“Queremos saber qual a extensão dessa negociação e qual a ligação da quadrilha com o Rio. Um dos contatos que rastreamos, por exemplo, é recente, há coisa de 40 dias”, concluiu.

A ação ocorre nas cidades da Grande São Paulo, além de Praia Grande, Ilha Comprida, Iguape, Cananeia, Bragança Paulista, Socorro, Pedreira, Mongaguá, Santos, Cubatão, Registro, Jacupiranga e Itanhaém.

A operação envolve ao menos 320 agentes em 19 cidades e é um desmembramento da Operação Subzero, que apreendeu, recentemente, mais de uma tonelada de drogas. Ao todo, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), foram expedidos pela Justiça 26 mandados de prisão temporária e 94 de busca e apreensão.

*Com informações da Estadão Conteúdo