Justiça autoriza transferência de Rogério 157 para presídio federal
A 20ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou a transferência de Rogério Avelino dos Santos, também conhecido como Rogério 157 e apontado como chefe do tráfico na favela da Rocinha, para um presídio federal. A informação foi confirmada pela assessoria do tribunal ao UOL.
Com a decisão, Rogério 157 será transferido de Estado, uma vez que o Rio de Janeiro não possui presídios federais. A unidade prisional, porém, não foi determinada na decisão.
O Ministério da Justiça, a Secretaria de Segurança do Rio e a Secretaria de Administração Penitenciária serão notificados oficialmente sobre a decisão. Caberá ao Depen (Departamento Penitenciário), vinculado à última pasta, determinar para qual presídio federal Rogério 157 deve ser encaminhado.
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Ele é apontado como o atual chefe do tráfico na Rocinha e disputava o controle do crime organizado na comunidade com Antonio Bonfim Lopes, o Nem, que cumpre pena na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.
Rogério 157 foi preso na semana passada numa operação conjunta entre Forças Armadas e Polícias Civil e Militar. A prisão gerou polêmica após policiais civis tirarem selfies com o suspeito e postarem as imagens em redes sociais.
Há mais de dez mandados em aberto contra o traficante por crimes como homicídio, assalto à mão armada e tráfico de drogas.
Trajetória no crime
No dia da prisão de Rogério 157, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, disse que "há dez anos (ele) vem causando problemas para o Rio de Janeiro”.
Sua notoriedade veio em agosto de 2010, quando um grupo de traficantes da Rocinha invadiu o Hotel Intercontinental em São Conrado, zona sul carioca, após um confronto com a polícia. Tentando fugir dos oficiais, Rogério e outros nove membros do tráfico na Rocinha se refugiaram dentro do hotel de luxo.
Os dez mantiveram 35 reféns, entre funcionários e hóspedes. Depois de negociações e sob orientação de Nem, o grupo se entregou. Nenhum dos reféns se feriu. A perseguição deixou quatro policiais feridos.
Em 2017, novos problemas começaram a surgir na comunidade da Rocinha. Rogério 157 estaria obrigando moradores a pagar uma taxa de gás e cobrando tributos adicionais de mototaxistas e comerciantes, o que lhe rendia R$ 100 mil por mês. Essas informações foram reveladas pelo também traficante Edson Antônio da Silva Fraga, o Dançarino, preso em setembro.
A extorsão teria desagradado Nem, que ordenou a saída de Rogério 157 do morro. Segundo uma testemunha, em agosto deste ano, Rogério 157 teria executado três traficantes aliados de Nem em retaliação à ordem e expulsado a mulher do chefe, Danúbia de Souza Rangel, 33, da Rocinha.
Em seguida, Rogério 157 teria convocado uma reunião com lideranças do tráfico de drogas para se autodeclarar o novo chefe. Aliados de Nem teriam discordado e, na madrugada de 13 de setembro, deflagrou-se uma série de confrontos entre os rivais com armamento pesado na Rocinha.
O confronto fez a polícia do Rio pedir ajuda às Forças Armadas, que já realizavam uma operação da Garantia da Lei e da Ordem no Rio de Janeiro. A favela foi cercada por forças federais e os esforços para capturar Rogério 157 foram intensificados.
Mas o traficante teria fugido do morro com o auxílio de um amigo cantor de funk. Ele então anunciou sua ruptura com a facção ADA e a adesão ao CV (Comando Vermelho). A informação estava em uma gravação de áudio do próprio traficante interceptada pela polícia em setembro.
Desde então, Rogério 157 passou a se deslocar entre as diversas favelas do Rio tentando evitar a captura pela polícia. Ele chegou a ser visto em bailes funk de diversos morros por testemunhas, até ser preso na manhã do dia 7 de dezembro.
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