Forças Armadas cumprem mandados em operação no Complexo da Maré, no Rio
As Forças Armadas realizam na manhã desta quarta-feira (13) uma operação na favela Nova Holanda e em outros pontos do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, para cumprir mandados expedidos pela Justiça Militar.
De acordo com o CML (Comando Militar do Leste), a investigação corre sob sigilo. As ordens judiciais são resultantes de um IPM (Inquérito Policial Militar). O órgão não especificou o número e o objeto do mandados, isto é, se há mandados de prisão e/ou busca e apreensão, por exemplo.
O Exército chegou ao 22º Batalhão de Polícia Militar, situado em um dos acessos ao Complexo da Maré, ainda durante a madrugada. O local foi utilizado como base da ação. Durante patrulhamento, militares revistam moradores e motoristas.
Além disso, são utilizados recursos como helicópteros e veículos blindados. O espaço aéreo é controlado, com restrições dinâmicas para aeronaves civis.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do IPP (Instituto Pereira Passos), a Maré tem cerca de 130 mil habitantes e mais de 40 mil domicílios. Somente na comunidade Nova Holanda vivem mais de 13 mil pessoas.
As Forças Armadas têm participado de operações de combate à criminalidade no Rio desde agosto deste ano. O apoio federal faz parte da execução do Plano Nacional de Segurança.
Na última missão integrada, que mobilizou ainda as polícias Civil, Militar e Federal, na última quarta-feira (6), foi localizado e preso Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, apontado como chefe do tráfico de drogas na Rocinha, favela da zona sul carioca. O criminoso era um dos mais procurados no Estado --por informações sobre ele, o Disque-Denúncia oferecia recompensa de R$ 50 mil.
157 foi capturado na comunidade do Arará, na zona norte do Rio, em uma ação que mobilizou cerca de 3.000 pessoas.
Conflitos na Rocinha
Rogério Avelino da Silva protagonizou uma sangrenta disputa entre bandos rivais na Rocinha, em 17 de setembro --na ocasião, o antecessor de 157, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, ordenou que criminosos leais tentassem invadir a comunidade para derrubá-lo e, consequentemente, retomar o controle das bocas de fumo.
A briga resultou em uma semana de tiroteios ininterruptos e levou o Estado a realizar uma grande ação militar na região, com tanques de guerra e outros recursos, em 22 de setembro.
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O racha com Nem, um dos principais líderes da ADA (Amigos dos Amigos), acabou isolando Rogério 157 na estrutura da facção criminosa. Com isso, após fugir da Rocinha durante as operações da PM para reprimir o tráfico no local, ele acabou migrando para o principal grupo rival, o CV (Comando Vermelho).
Contra Rogério 157 há mais de dez mandados de prisão em aberto, por crimes como homicídio, assalto a mão armada e tráfico de drogas.
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