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Justiça decreta prisão de faxineiro que empurrou mulher em fosso do metrô em SP

Imagem mostra mulher sendo empurrada na estação de metrô Conceição, em SP - Reprodução
Imagem mostra mulher sendo empurrada na estação de metrô Conceição, em SP Imagem: Reprodução

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

10/01/2018 18h56

A Justiça de São Paulo decretou no final da tarde desta quarta-feira (10) a prisão preventiva do auxiliar de limpeza Sebastião José da Silva, 55, investigado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio depois de empurrar uma mulher no fosso do metrô na estação Conceição, na zona sul de São Paulo, no início da tarde de ontem.

A decisão foi expedida pela juíza Julia Martinez Alonso de Almeida Alvim, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), em audiência de custódia, no Fórum Criminal da Barra Funda, que avaliou a prisão em flagrante de Silva. A reportagem não localizou responsáveis pela defesa do auxiliar de limpeza.

A Polícia Civil informou que Silva alegou que passa por problemas pessoais e se vingou na vítima. Ele foi indiciado por tentativa de homicídio.

A vítima dele, a auxiliar administrativa Jussara Araújo de Souza, 23, teve um ferimento na perna e um na testa e hematomas pelo corpo. Em entrevista ao UOL, a funcionária de uma rede de fast food contou que esperava na plataforma o metrô para ir ao trabalho quando foi empurrada pelo auxiliar de limpeza, preso após outros usuários o deterem. O incidente foi registrado por volta das 14h40.

“Passaram quatro vagões em cima de mim”, diz vítima

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Ao ser empurrada, Jussara foi parar no fosso sobre o qual trafegam os vagões. Imagens de uma câmera de segurança da estação mostraram que, por muito pouco, ela não foi atingida pela composição. Ela teve 30 pontos no ferimento na perna.

“Do jeito que eu caí, fiquei. Na hora eu pensei: ‘morri’, aí passaram quatro vagões em cima de mim e constatei que escapei por um milagre”, relatou. “Porque, do jeito que ele me jogou, era para o trem ter passado por cima de mim”, disse.

Jussara afirmou que não conhecia o agressor e negou que ele tivesse dito algo, a ela, antes de empurrá-la. “Foi Deus que me salvou, não tenho dúvida. Mas o que me impressiona é como que uma pessoa dessa, aparentemente com problemas mentais, passa pelas catracas do transporte livremente. Não consigo mais me sentir segura pegando metrô, tanto que eu deveria ter ido hoje à delegacia [à Delpom, na estação Barra Funda] e não consegui, porque tenho que pegar de novo o metrô e não tive coragem”, explicou.

Ela e o marido, que é entregador de pizza, moram em Americanópolis, região sul da capital paulista.

O que sente em relação ao auxiliar de limpeza que a atacou? “Não tem como explicar ainda o que eu sinto. Vi as imagens hoje do que ele fez e entrei em desespero. Mas quero justiça, porque, se ele fizer de novo com alguém o que ele fez comigo, pode ser que essa pessoa não tenha a mesma sorte que tive.”

A auxiliar administrativa se disse agradecida pelas pessoas que buscaram ajudá-la, ontem, tentando acalmá-la, segurando o agressor para que ele fosse preso e acionando os funcionários da estação.

O que espera daqui em diante? “Estudei até o terceiro ano do ensino médio. Minha meta é só continuar viva e conseguir criar meus filhos”, concluiu.