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Divulgada foto de suspeito por assassinato de delegado no RJ; recompensa é de R$ 5 mil

Disque-denúncia divulga foto de suspeito de matar delegado no Rio de Janeiro na sexta-feira (12): Wendel está foragido e a recompensa por sua captura é de R$ 5 mil - Reprodução/Disque-denúncia/SSP-RJ
Disque-denúncia divulga foto de suspeito de matar delegado no Rio de Janeiro na sexta-feira (12): Wendel está foragido e a recompensa por sua captura é de R$ 5 mil Imagem: Reprodução/Disque-denúncia/SSP-RJ

Do UOL, em São Paulo *

14/01/2018 11h59

O disque-denúncia e a Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgaram uma foto do suspeito identificado de ter matado o delegado Fábio Monteiro, 38, na tarde de sexta-feira (12), na comunidade do Jacarezinho, na zona norte da capital fluminense.  Wendel Luis Silvestre tem 21 anos e é considerado foragido. A prisão dele foi decretada na tarde de sábado (13) pela Justiça e a recompensa oferecida por informações que levem à sua captura é de R$ 5 mil. 

"Já identificamos esse criminoso, ele vai ser preso, Assim como ele, [serão presos] os outros que atentarem contra a vida de agentes públicos e contra a sociedade", afirmou no sábado o secretário de Segurança Pública do RJ, Roberto Sá. "A Divisão de Homicídios está empenhada e já tem informações consistentes e uma linha de investigação segura. Mas não vamos entrar em detalhes", disse Sá.

O secretário informou que a polícia também está trabalhando para identificar outros envolvidos no crime.

Wendel, de acordo com a Polícia Civil, já era foragido. Em 2015, ele foi preso em com mais de 200 pedras de crack.

Quem tiver informações sobre o suspeito pode entrar em contato pela central de atendimento do disque-denúncia: (21) 2253-1177. Também é possível denunciar pelo aplicativo Disque-Denúncia RJ.

13.jan.2018 - Enterro do delegado da Polícia Civil, Fabio Monteiro no Cemitério do Caju, no centro do Rio de Janeiro (RJ), neste sábado (13). Fabio Monteiro foi encontrado morto próximo à Favela do Arará, comunidade na Zona Norte do Rio, na tarde desta sexta-feira, dia 12 - José Lucena/Futura Press/Folhapress - José Lucena/Futura Press/Folhapress
Enterro do delegado da Polícia Civil, Fabio Monteiro no Cemitério do Caju, no centro do Rio de Janeiro (RJ), neste sábado (13)
Imagem: José Lucena/Futura Press/Folhapress

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Delegado - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
O delegado Fábio Monteiro
Imagem: Reprodução/Facebook
Fábio Monteiro, que trabalhava como delegado da Central de Garantias, na Cidade da Polícia, saiu para almoçar e não retornou. No momento do crime, o delegado estava acompanhado de uma mulher, que prestou depoimento ontem. Ela teria sido poupada pelos suspeitos.

O corpo de Monteiro foi encontrado na mesma tarde no porta-malas de um carro. A polícia diz acreditar que ele tenha sido morto por criminosos do Jacarezinho, favela vizinha à Cidade da Polícia.

Roberto Sá não confirmou se o delegado foi morto por ter sido reconhecido como um policial. "Alguns latrocínios são praticados contra cidadãos que estão com o bem, e alguém mata para roubar. Ele era um cidadão policial. Então, a investigação ainda vai, após prender o Wendel e outros criminosos, concluir por que motivo ele foi morto. Nesse momento, a gente não descarta nenhuma hipótese, mas ainda não afirma se ele faleceu em virtude de ser policial ou não."

O corpo de Fábio foi velado na manhã de hoje na Academia de Polícia (Acadepol), onde ele era professor de direito penal, e foi sepultado às 14h no Mausoléu da Polícia Civil, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Operação teve 40 detidos

O corpo de Monteiro estava em um Chevrolet Cobalt preto abandonado na avenida Dom Helder Câmara, perto do viaduto de Benfica. No veículo, havia uma credencial de um evento jurídico e o distintivo da Polícia Civil que pertencia ao delegado.

Pedestres contaram ter visto quatro homens saindo do veículo e correndo em direção às favelas do Jacarezinho e do Arará, que são próximas. As testemunhas, então, avisaram PMs, que encontraram o corpo do delegado no porta-malas.

Logo após o corpo ter sido encontrado, a Polícia Civil conduziu uma grande operação nos complexos do Jacarezinho e Arará. Mais de 40 pessoas foram detidas.

Operação policial - Guito Moreto/Agência O Globo - Guito Moreto/Agência O Globo
Operação policial no Jacarezinho, após corpo do delegado ter sido encontrado
Imagem: Guito Moreto/Agência O Globo

Amigos lamentam morte

O delegado trabalhava na Central de Garantias da Cidade da Polícia e ingressou na corporação em 2013. Além de agente, ele também era professor de Direito Penal e Processo Penal em um curso preparatório para ingresso na Polícia Civil.

Na Cidade da Polícia, o clima era de espanto e tristeza. Mais de 150 policiais se mobilizaram em busca de informações sobre o crime. 

Em nota, o chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Carlos Leba, lamentou a morte do colega. "Clamamos pela vida dos policiais que, angustiados, veem mais um companheiro tombando --se imaginando ele. Portanto, atentemos para o fato de que devemos estar aptos para proporcionar a justiça, e não a vingança", declarou.

"Toda ação contra agente público é um atentado, um tiro contra a democracia. A Polícia Civil não vai descansar enquanto não colocar as mãos nos criminosos. É uma resposta para a sociedade, e acima de tudo para o crime", disse o secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Sá.

RJ já tem 6 policiais mortos em 2018

Na quinta-feira (11), o cabo Edson Magalhães Ribeiro Júnior, 38, foi assassinado em Cosmos, na zona oeste do Rio; outros quatro PMs já haviam sido mortos desde o começo do ano.

As mortes dos agentes da PM e do delegado Monteiro somam-se à estatística de policiais assassinados no Estado. Em 2017, 134 PMs foram mortos entre janeiro e dezembro --um a menos que em 2016--, e outros quatro policiais civis assassinados em serviço.

(*com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

Delegado é encontrado morto no porta-malas no Rio

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