Topo

Por causa da greve, metrô de SP fecha às 22h; operação volta ao normal na sexta (19)

Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Imagem: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em SP

18/01/2018 19h38Atualizada em 18/01/2018 20h52

Em consequência da greve desta quinta-feira (18), o Metrô de São Paulo informou que irá encerrar a operação das linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás às 22h. Segundo a empresa, os serviços voltam a funcionar normalmente nesta sexta-feira (19) entre 4h40 e 0h.

Os trens da CPTM funcionam nesta quinta em horário habitual, até meia-noite, bem como a Linha 4-Amarela, que é privatizada. 

A greve de metroviários afetou tanto a ida para o trabalho quanto a volta para a casa na capital paulista.

As linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás do metrô estão funcionando de forma parcial por causa de uma greve dos metroviários aprovada no dia anterior em protesto pela privatização de duas linhas do sistema. As estações abertas estão localizadas na região central da cidade.

A linha 4-amarela, que já é privatizada, funciona normalmente. A linha 15-prata (monotrilho) está totalmente parada. As linhas de trem funcionam normalmente e o rodízio de carros foi suspenso.

Confira o funcionamento das linhas:

Linha 1- azul: da Saúde até à Luz
Linha 2-verde: da Alto do Ipiranga à Vila Madalena
Linha 3-vermelha: da Penha à Marechal Deodoro
Linhas 4-amarela: funciona normalmente
Linha 5-lilás: da Capão Redondo à Adolfo Pinheiro
Linha 15-prata: toda paralisada

Disputa judicial mantém licitação

A Justiça de São Paulo chegou a suspender em decisão liminar na tarde desta quinta-feira (18) a licitação das linhas 5-lilás e 17-ouro do Metrô, mas o governo do Estado conseguiu reverter a situação e manter o leilão.

A liminar atendeu ao pedido dos vereadores paulistanos Sâmia Bomfim e Toninho Vespoli (ambos do Psol). Na decisão, o juiz Adriano Laroca criticou a obrigação contratual do governo estadual em compensar eventuais perdas de receita caso o número de passageiros não chegue ao planejado e caso a remuneração acordada em contrato seja diferente da paga pela população. "Basicamente, pode-se dizer que se trata de uma privatização custeada com recursos públicos", escreveu o juiz.

Pouco tempo depois, porém, o presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado), desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, derrubou a liminar, acatando recurso do governo de São Paulo e do Metrô. "A paralisação do certame provocará o retardamento do procedimento licitatório e, por conseguinte, da entrega da operação comercial, em detrimento da expectativa de expansão do serviço público de transporte metroviário à população”, argumentou o desembargador.

Mais ônibus em funcionamento

Em nota, o sindicato dos metroviários disse que "o metrô está sendo operado de forma irresponsável por supervisores que tem treinamento precário para transportar o nosso maior bem, que é a população de São Paulo". Segundo a categoria, 90% dos funcionários do metrô aderiram à paralisação.

O presidente do Metrô, Paulo Menezes, rebateu a acusação. “Essa operação que está sendo feita hoje é com planejamento prévio sabendo dessa paralisação”, disse em entrevista à Record TV. 

Corinthians-Itaquera - Gabriel Henrique/Futura Press/Estadão Conteúdo - Gabriel Henrique/Futura Press/Estadão Conteúdo
Passageiros se aglomeram para pegar ônibus para o centro de São Paulo, em frente à estação Corinthians-Itaquera, na zona leste de São Paulo
Imagem: Gabriel Henrique/Futura Press/Estadão Conteúdo

A prefeitura informou que estendeu o itinerário de algumas linhas de ônibus e operou com toda a frota para atender à demanda da população. Segundo Sérgio Avelleda, secretário Municipal de Mobilidade e Transportes, o sistema de ônibus da cidade funcionou durante todo o dia como se fosse horário de pico.

A Sptrans afirma também que foram criadas duas linhas para atendimento excepcional nesta quinta com o itinerário: Metrô Tucuruvi à Praça do Correio e Santana à Praça do Correio. 

Entenda a greve

Os metroviários de São Paulo decidiram fazer greve em protesto contra a privatização das linhas 5-lilás e 17-ouro, marcada para ocorrer na sexta-feira (19).

Entre os itens questionados pelos metroviários está a grande defasagem entre o volume do lucro estimado pelo governo do Estado à iniciativa privada em comparação com o baixo pagamento esperado pela futura concessionária.

O esperado é que o contrato renda mais de R$ 10,8 bilhões. Enquanto isso, o lance mínimo é de R$ 189 milhões, com contrapartida de investimento de R$ 3 bilhões, ao longo de 20 anos.

Na terça-feira (16), a Justiça do Trabalho, antecedendo-se à decisão da categoria, determinou em liminar que 80% dos profissionais devem trabalhar nos horários de pico da operação e 60% fora do horário de pico.

A liminar também fixa uma multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. O sindicato, porém, já tinha dito que não cumpriria a ordem judicial.