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Traficante Rogério 157 será transferido para mesmo presídio do rival Nem em Rondônia

Andre Melo/Estadão Conteúdo
Imagem: Andre Melo/Estadão Conteúdo

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

18/01/2018 10h34

O traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, será transferido para a Penitenciária de Porto Velho, em Rondônia, segundo informou nesta quinta-feira (18) o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Trata-se do mesmo presídio em que Antonio Bonfim Lopes, o Nem, cumpre pena desde novembro de 2011. Ainda não há data definida para a transferência.

O presídio, no entanto, tem quatro alas diferentes --internos que não podem ter contato ficam em espaços diferentes.

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O pedido de transferência de Rogério 157 para uma unidade prisional fora do Rio foi feito pela Secretaria de Segurança Pública e pelo Ministério Público Estadual. A transferência, agora, fica por conta da secretaria e demais órgãos responsáveis.

Em dezembro do ano passado, o juízo da 20ª Vara Criminal da Capital já havia autorizado a transferência para um presídio federal pelo prazo inicial de 360 dias.

O Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão do Ministério da Justiça, pediu à Justiça Federal a transferência para Rondônia. A Justiça Federal de Rondônia autorizou. A decisão da 20ª Vara Criminal do Rio, proferida na terça-feira (16), convalida a determinação do tribunal de Rondônia.

Preso no começo de dezembro, Rogério 157 controlava o tráfico de drogas na Rocinha desde a prisão de Nem, em 2011. Em setembro, os dois romperam porque 157 estaria obrigando moradores a pagar uma taxa de gás e cobrando tributos adicionais de mototaxistas e comerciantes, o que lhe rendia R$ 100 mil por mês.

Essas informações foram reveladas pelo também traficante Edson Antônio da Silva Fraga, o Dançarino, preso em setembro.

As extorsões teriam desagradado Nem, que ordenou a saída de Rogério 157 da Rocinha. Segundo uma testemunha, em agosto do ano passado, 157 teria assassinado três traficantes aliados de Nem em retaliação à ordem e expulsado a mulher do chefe, Danúbia de Souza Rangel, 33, da Rocinha.

A briga culminou em uma semana de tiroteios ininterruptos e levou o Estado a realizar uma grande ação militar na região, com tanques de guerra e outros recursos, em 22 de setembro. Quase mil homens das Forças Armadas foram mobilizados.

O racha com Nem, um dos principais chefes da ADA (Amigos dos Amigos), acabou isolando Rogério 157 na estrutura da facção criminosa. Com isso, após fugir da Rocinha, ele acabou migrando para o principal grupo rival, o CV (Comando Vermelho).

O traficante tinha contra ele mais de dez mandados de prisão por crimes como homicídio, assalto a mão armada e tráfico de drogas.