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Marginais de SP registram 35 mortos em 2017; 2 em cada 3 são motociclistas

Luis Moura / WPP / Agência O Globo
Imagem: Luis Moura / WPP / Agência O Globo

Daniela Garcia e Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

19/01/2018 12h25Atualizada em 19/01/2018 13h51

Trinta e cinco pessoas morreram nas marginais Tietê e Pinheiros ao longo do ano de 2017, segundo dados do Infosiga, mantido pelo governo de São Paulo. A cada três mortes, duas vítimas pilotavam ou estavam na garupa de motocicletas. 

As marginais Tietê e Pinheiros estão entre as principais da cidade de São Paulo e, no final de janeiro do ano passado, tiveram os seus limites de velocidade ampliados pelo prefeito João Doria (PSDB). Os limites máximos permitidos nas três pistas que formam as avenidas passaram de no máximo 70 km/h para 90 km/h.

Como o Infosiga não fornece a geolocalização dos acidentes fatais antes de agosto de 2016, não é possível comparar com os anos de 2015 e 2016, quando as velocidades nas vias eram inferiores.  A maioria das mortes nas marginais foi registrada com motos (23), seguido de pedestres (9) e depois de carros (3).

A colisão foi a causa de morte mais recorrente na região da cidade, com 12 acidentes do tipo. Em seguida, foram 10 mortes por choque e nove por atropelamento. Outros quatro acidentes não foram especificados. A maioria dos acidentes com morte aconteceu, respectivamente, na madrugada (14), manhã (10), noite (6) e tarde (5).

Especialistas de tráfego ouvidos pelo UOL afirmam que o maior número de mortos entre usuários de motocicletas reflete uma defasagem na fiscalização.

Luiz Vicente, professor de mobilidade urbana da Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirma que os radares não são efetivos no registro da velocidade das motos e, por isso, cabe um maior número de agentes para fiscalizar no local. "Além de registrar a velocidade, precisam fiscalizar as vestimentas dos motociclistas, se estão com casacos com refletores, por exemplo", afirma.

Antonio Di Sessa Júnior, engenheiro de tráfego, defende a aplicação de novas restrições para a circulação de motos nas marginais. Já está proibida a passagem desses veículos das 22h às 5h na pista central da Tietê desde maio do ano passado.

"Como a marginal tem quatro faixas, seria possível definir que uma delas seria só para motos. E elas deixaram de andar por qualquer uma das faixas entre os carros", diz.

Morte de ciclistas sobe 48% na cidade de SP 

A cidade de São Paulo registrou 883 mortes resultantes de acidentes de trânsito no ano de 2017, segundo o Infosiga. O levantamento aponta uma queda de 7,1% em relação ao ano de 2016, quando ocorreram 950 óbitos. Já os acidentes com mortes envolvendo ciclistas aumentaram 48% em 2017. Foram 37 ciclistas mortos contra 25 em 2016.

No ano passado, os pedestres foram as principais vítimas. Foram 395 mortes, o que representa 1,5% a mais do que no ano anterior, quando 389 morreram na passagem pelas vias de São Paulo.

Os motociclistas aparecem na segunda posição do ranking com 306 mortes. Em 2016, os motociclistas contabilizaram 311 óbitos.

A maior redução no número de mortes foi registrada entre os ocupantes de automóveis. Em 2017, foram 103 óbitos contra 153 em 2016, uma redução de 32,7%

Em todo o Estado, foram 5.645 mortes causadas por acidentes de trânsito em 2017. Os dados de dezembro de 2017 foram divulgados nesta sexta-feira (19) pelo Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, programa do governo estadual que monitora as ocorrências fatais de trânsito.

CET ainda não divulgou balanço de 2017

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), órgão de transporte da cidade de São Paulo, ainda não divulgou os dados sobre as mortes nas marginais Tietê e Pinheiros em 2017.

Tanto a CET como o Infosiga utilizam de dados da Polícia Civil para contabilizar as mortes. Contudo, as pastas afirmam que há um refinamento distinto e não é possível comparar as informações do governo estadual com a prefeitura.