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Após críticas públicas, governador do CE prega união para combater violência no Estado

30.jan.2018 - Presidente Michel Temer (PMDB) recebe o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE); Camilo Santana, governador do Ceará; e o desembargador Francisco Gladyson Pontes, presidente do Tribunal de Justiça do Ceará - Marcos Corrêa/PR
30.jan.2018 - Presidente Michel Temer (PMDB) recebe o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE); Camilo Santana, governador do Ceará; e o desembargador Francisco Gladyson Pontes, presidente do Tribunal de Justiça do Ceará Imagem: Marcos Corrêa/PR

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

30/01/2018 20h11

Após troca de críticas públicas com o governo federal, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), pregou união para combater a violência no Estado. Nesta terça-feira (30), ele se encontrou no Palácio do Planalto, em Brasília, com o presidente da República, Michel Temer (PMDB), o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desembargador Francisco Gladyson Pontes, e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, José Albuquerque.

“Quero agradecer ao presidente [Temer] que nos recebeu, ao presidente do Congresso, que foi importante na viabilização dessa audiência. [...] Nós estamos mostrando unidade, união, em defesa do nosso querido Estado do Ceará”, afirmou em vídeo gravado após o encontro.

Também no vídeo, Eunício Oliveira fez declarações reforçando o posicionamento de Camilo de “somar forças”. Ele afirmou querer um Estado pacífico e não ser momento para “disputas nem discussões”.

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Desde a chacina ocorrida no sábado (27) em uma casa de shows em Fortaleza que deixou 14 mortos e 18 feridos, Camilo Santana vinha trocando farpas com o governo federal. Em entrevista no domingo (28), o governador cobrou ações mais efetivas da União para o combate ao tráfico de drogas, ao crime organizado e para a proteção das fronteiras brasileiras. 

"Estamos pagando um preço muito caro hoje por falta de uma política nacional. Essas facções nasceram no Rio e em São Paulo e se espalharam pelo Brasil inteiro. Isso é uma briga de território", afirmou, na ocasião, o governador.

Em resposta, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB), rebateu afirmando que transferir a responsabilidade do caso é um “absurdo” e que, “com todo o respeito, quem não tem competência, que não se estabeleça".

Pedido de ajuda financeira

Na reunião desta terça, apurou o UOL, Camilo Santana solicitou a Temer apoio financeiro para que o governo do Ceará invista em ações de segurança pública. O valor pedido não foi informado. Não há previsão de quando Temer dará uma resposta.

“Nós discutimos a situação do Ceará, os fatos ocorridos recentemente. Solicitamos apoio do presidente [Temer] em relação a ações urgentes no Estado e também medidas a médio e longo prazo. O presidente foi muito solícito e já autorizou de imediato uma força-tarefa com grupo especializado da Polícia Federal para o Ceará para trabalhar a questão da inteligência”, disse o governador em vídeo.

A força-tarefa já havia sido anunciada pelo Ministério da Justiça no domingo. O grupo será formado por integrantes da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional. 

Por meio de nota da pasta, o ministro Torquato Jardim assegurou que “a União seguirá cumprindo o papel de oferecer apoio técnico e financeiro aos Estados, como vem fazendo regularmente, para que os órgãos de segurança pública trabalhem de forma integrada e harmoniosa, ainda que os governantes não solicitem apoio por razões eminentemente políticas”.