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Jungmann compara intervenção no Rio à bomba atômica e diz que cariocas vivem 'regime de exceção'

O ministro da Segurança, Raul Jungmann, durante cerimônia do Cadastro Nacional de Presos - Mateus Bonomi/ Estadão Conteúdo
O ministro da Segurança, Raul Jungmann, durante cerimônia do Cadastro Nacional de Presos Imagem: Mateus Bonomi/ Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

28/02/2018 19h38Atualizada em 28/02/2018 19h44

O novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, comparou nesta quarta-feira (28) a intervenção federal em um Estado a uma bomba atômica. Ele concedeu entrevista nesta quarta para apresentar a nova equipe do ministério e anunciar medidas na tentativa de preencher “gargalos” na segurança pública do Brasil.

Para fazer a relação, ele recordou uma frase em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) compara a bomba ao impeachment. A resposta foi dada quando questionado se o governo tem aparato similar ao oferecido ao Rio para novas intervenções federais, caso outros governadores demandem. Está prevista para esta quinta-feira (1º) uma reunião entre o presidente Michel Temer (MDB) e de ministros com governadores em Brasília.

“Me lembro de uma frase do ex-presidente Fernando Henrique, anos atrás ele dizia, que impeachment é como uma bomba atômica. Você tem, mas não usa. [A intervenção] Nós já usamos, pela primeira vez, mas é preciso muita moderação. Muita, em extremos casos. O Rio de Janeiro é um caso que eu considero... eu sempre tenho frisado, digamos assim, para não tornar o Rio algo de outro planeta, mas, de fato, o Rio tem 830 comunidades sob o comando do crime organizado, tráfico de drogas e, também, das milícias”, declarou.

Ele então disse que parte dos cariocas vive sob um regime de exceção, sem a garantia de direitos individuais. Jungmann falou que há uma crise “econômica, fiscal, moral e de segurança” no Rio com penetração do crime e da corrupção no Estado e em suas instituições.

“O Rio vive uma situação que, de fato, exige, até pelo princípio da responsabilidade institucional, que se tomasse alguma providência como foi tomada”, afirmou Jungmann. “E, por isso mesmo, não vejo – em que pese situações graves, realmente aflitivas em muitos outros Estados – mas não vejo uma situação que demande outra intervenção. Com muita franqueza, era isso o que eu queria dizer.”