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Ministro Jungmann vai pedir a empresariado recursos para segurança

O ministro da Segurança Pública Raul Jungmann no BNDES - PAULO CARNEIRO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
O ministro da Segurança Pública Raul Jungmann no BNDES Imagem: PAULO CARNEIRO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

09/03/2018 20h12

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (9) que vai pedir a empresários que criem um fundo com recursos para a segurança pública no país. Ele afirmou também que anunciará em breve novos recursos federais para a área “que não são financiamento”.

Na quinta-feira (8), o interventor federal, general Walter Souza Braga Netto, já havia solicitado ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal no Rio,  que destinasse dinheiro recuperado em processos para área de segurança. O magistrado concordou com o pedido.

“Eu estou batendo na porta de todo mundo. Do empresariado, vou reunir o PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro e pedir uma ação pela segurança. Eu vou bater na porta da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil], já bati na porta dos governadores, vou bater na porta dos prefeitos, eu acho que todo mundo tem que participar disso”, disse o ministro, após se reunir com o conselho de gestão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) no Rio de Janeiro.

Ele disse que os próprios empresários poderiam gerir o fundo e podem receber apoio de bancos públicos. O ministro voltou a comparar a crise na segurança em diversas regiões do país ao problema da hiperinflação entre os anos 80 e 90. Ele disse que a sociedade pode se unir e vencer as dificuldades.

“Toda a sociedade tem que ser convidada para que ela se sinta corresponsável e participe. Agora cada um vai dar dentro de suas possibilidades aquilo que possa fazer”, disse.

Ele afirmou que também procurará a CNBB para pedir que atuem como voluntários, mas não definiu exatamente como. “Eu acho que você tem o espaço do trabalho voluntário, acredito muito nessa possibilidade. Acredito muito papel das igrejas, que têm uma grande preocupação com a vida e também evidentemente com a segurança”, disse.

Financiamentos

Jungmann afirmou que, entre os objetivos do encontro com gestores do BNDES, estavam agilizar a liberação de verbas para a segurança para diversos Estados do país. O banco deve liberar cerca de R$ 33 bilhões em recursos para segurança pública em Estados e municípios brasileiros, na forma de linhas de crédito.

Segundo o BNDES, há R$ 211 milhões em fase final de liberação para projetos dos Estados de Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, Maranhão e Pará. O Rio não pode contrair empréstimos porque está inadimplente, mas Jungmann negocia com o banco para que verbas para segurança sejam liberadas com base em uma lei complementar.

O ministro disse também que quer obter um financiamento de R$ 20 milhões para a realização de um tipo de censo carcerário no Rio. O exame das condições das unidades prisionais do Estado do Rio pode ajudar a tomar ações para reduzir a superlotação e melhorar o desempenho do sistema.