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Tiroteio no Complexo do Alemão, no Rio, deixa quatro mortos

Foto que circula via redes sociais mostra a avó da uma criança morta durante o tiroteio no Alemão - Reprodução/Whatsapp
Foto que circula via redes sociais mostra a avó da uma criança morta durante o tiroteio no Alemão Imagem: Reprodução/Whatsapp

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, no Rio*

16/03/2018 22h29

Quatro pessoas morreram durante um tiroteio no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira (16). Em nota oficial, a Polícia Militar confirmou as mortes de uma criança, de uma mulher e de um homem. Ao "Estadão Conteúdo", a PM também teria confirmado a morte de um suspeito. Outras quatro pessoas ficaram feridas.

“Um Jeep branco estava com quatro marginais de fuzis, quatro fuzis. Ao avistarem a viatura, efetuaram disparos contra a guarnição”, afirmou ao UOL, na noite de sexta-feira (16), o major Ivan Blaz, porta-voz oficial da PM.

Segundo a versão da polícia, iniciou-se, então, o tiroteio. "Na ação, três suspeitos foram feridos. Dois fugiram para o interior da comunidade Nova Brasília e um foi socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Foram apreendidos um fuzil calibre 5.56, um revólver calibre 38, quatro carregadores de fuzil, munições e pequena quantidade de entorpecentes ainda a ser contabilizada, além do veículo roubado que os criminosos estavam", diz a nota da PM divulgada neste sábado (17). O traficante conhecido como "Carão" seria um dos envolvidos na ação, de acordo com a Polícia Militar.

Em entrevista à "GloboNews", a mãe do menino, Paloma Novaes, afirmou que o garoto se chamava Benjamin e tinha apenas um ano. "A gente parou para pegar um algodão doce e ele tomou um tiro na cabeça", afirmou, emocionada. O pai da criança, Fábio Antônio, disse que o filho "foi estupidamente" morto por um sistema de segurança que não protege a população.

O terceiro morador baleado se chamava José Roberto Ribeiro da Silva. Ele foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

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Segundo o major Blaz, a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Alemão foi depredada após a notícia das mortes.

A Polícia Civil informou em nota que os "PMs envolvidos na ação foram ouvidos e tiveram suas armas apreendidas e encaminhadas à perícia" e que os investigadores "procuram possíveis testemunhas e imagens de câmeras de segurança instaladas na região que possam ajudar a identificar a autoria do crime".

Tensão

A PM informou que a avenida Itaoca, próxima ao local do tiroteio, está fechada por causa do confronto entre policiais militares e os criminosos. Ainda segundo a PM, o Batalhão de Choque também foi para o local.

Nas redes sociais, moradores relatam que o clima é tenso na avenida Itaoca e na estrada do Itararé, dois acessos ao Complexo do Alemão. Policiais do Choque estariam patrulhando os locais. Segundo os relatos, nenhum ônibus está circulando nas vias.

O tiroteio seguido de mortes aconteceu dois dias após o assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Eles foram vítimas de homicídio doloso (com intenção de matar) e premeditado.

Neste domingo (18), a intervenção federal de caráter militar na segurança pública do Rio completa exatamente um mês. Até agora, o orçamento e a estratégia da operação ainda não foram anunciados. A intervenção foi determinada via decreto pelo presidente Michel Temer (MDB).

* Com informações do Estadão Conteúdo