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Cães farejadores ainda não indicaram vítimas sob escombros de prédio que desabou

Por enquanto, as cadelas atuam nas áreas periféricas do terreno. A partir de amanhã, elas avançarão para o centro do imóvel - Luiz Cláudio Barbosa/Estadão Conteúdo
Por enquanto, as cadelas atuam nas áreas periféricas do terreno. A partir de amanhã, elas avançarão para o centro do imóvel Imagem: Luiz Cláudio Barbosa/Estadão Conteúdo

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

02/05/2018 18h59Atualizada em 02/05/2018 22h36

Cães farejadores que auxiliam os bombeiros nas buscas por possíveis vítimas do desabamento de um prédio de 24 andares no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, não encontraram pessoas com ou sem vida debaixo dos escombros até a tarde desta quarta-feira (2). Até agora, quatro moradores estão oficialmente desaparecidos.

Segundo o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, as duas cadelas que participam da operação atuam, por enquanto, em uma parte superficial dos entulhos, onde estão principalmente estruturas de ferro resultantes do colapso do edifício. Esses pedaços são retirados pouco a pouco pelos bombeiros com as mãos e, depois, com a ajuda de máquinas.

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Os bombeiros ainda não começaram a cavar na estrutura, onde há placas de concreto que, segundo Palumbo, pesam toneladas. Essa parte da operação será feita somente após as 48 horas do acidente --ou seja, a partir desta madrugada--, tempo em que os bombeiros acreditam ser possível encontrar possíveis vítimas ainda com vida.

"Se o cão não incitou o seu condutor para nenhum tipo de indício [de vida] que ele percebeu, isso quer dizer que a gente vai ter que escavar um pouco mais. Essa escavação vai demandar as retroescavadeiras para que a gente possa retirar essas partes maiores, que pesam toneladas, que a gente não consegue carregar na mão", disse. Após as 48h, os cães poderão entrar no centro da área e ampliar o perímetro de busca.

Palumbo disse acreditar ser mais possível encontrar alguma vítima quando os bombeiros conseguirem chegar até as partes inferiores dos escombros. Isso porque, segundo ele, nas partes mais baixas do edifício, estava "a maioria das pessoas". Os moradores ocupavam até o 11º andar, e o subsolo também era ocupado.

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Além dos cães farejadores, os bombeiros utilizam uma câmera térmica e um drone nas buscas por sobreviventes.

Os bombeiros trabalham ainda para poder acessar a caixa de inspeção do edifício, para poder cortar a luz. Como a fiação da rua Antônio de Godói, uma das vias no entorno do imóvel, é subterrânea, a ligação é feita diretamente com o edifício. Segundo Palumbo, a energia que corre por baixo da terra é de 21 mil volts. 

"Onde as retroescavadeiras estão cavando ali, a gente precisa liberar a caixa de inspeção, pra que a gente possa cortar a luz. Senão, vamos ter que cortar a luz de toda a região", disse.

Quatro desparecidos

Até esta tarde, os bombeiros trabalhavam com um desaparecido: o morador Ricardo que estava prestes a ser resgatado quando o edifício desabou. Após a denúncia formal de um homem que afirmou que sua ex-mulher e os dois filhos dela estavam no prédio, a corporação passou a trabalhar, então, com quatro desaparecidos. Segundo Palumbo, no entanto, isso não muda a estratégia dos bombeiros.

"Desde o começo, por causa de uma vítima, nós deflagramos essa operação de maneira a localizá-la. Então eu não quero remover todo o entulho e depois localizá-lo [um corpo] em outra parte da cidade. Eu quero localizá-lo aqui. Por isso, tem que ter toda essa técnica e paciência para a remoção desses entulhos", afirmou.