Chance de encontrar sobreviventes de desabamento é muito menor, diz bombeiro
A escassez cada vez maior de bolsões de ar em que vítimas poderiam ter se protegido e o tempo decorrido de oito dias de busca praticamente inviabilizaram as chances de o Corpo de Bombeiros de São Paulo encontrar sobreviventes do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, centro de São Paulo.
Nesta terça (8), tanto representantes da corporação quanto o secretário estadual de Segurança Pública, Mágino Alves, Consideraram remotas o praticamente nulas as possibilidades de desaparecidos serem encontrados com vida.
Além do corpo do morador Ricardo Galvão Pinheiro, 38, encontrado na última sexta (4), hoje pela manhã as equipes de busca localizaram fragmentos de ossos humanos e partes de tecido. O material foi encaminhado para análise — além de informar se pertencem a adultos ou crianças, terá de ser feita a identificação a partir da comparação com material apresentado por familiares.
“Após mais de uma semana de buscas, a chance de encontrarmos pessoas vivas são muito menores; além disso, os bolsões de ar que poderiam abrigar sobreviventes estão sendo achados em uma incidência muito menor”, explicou o tenente Guilherme Derrite, da comunicação dos Bombeiros.
Conforme o oficial, parte dos trabalhos de busca com os cães farejadores foi prejudicado pela manhã graças a um vazamento de gás natural na área da calçada do prédio. Isso teria sido causado já pelo desabamento, mas só estaria mais perceptível agora por conta da remoção dos escombros e da maior aproximação com os andares mais baixos, que ficaram compactados.
“Esse vazamento foi pontual e resolvido temporariamente com o corte de fornecimento; mas, de manhã, os cães tiveram o odor prejudicado por conta do cheiro do gás”, afirmou o tenente.
“Trabalhamos com a possibilidade de encontrar sobreviventes, mas, sinceramente, acho muito difícil. Quase não encontramos mais bolsões de ar, o que nos leva a crer que não haja sobreviventes”, afirmou Mágino no final da manhã.
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