Topo

Polícia confirma DNA dos gêmeos Wendel e Werner, de 10 anos, em prédio que desabou

Gêmeos Wendel e Werner estavam em prédio que desabou no Largo do Paissandu - Reprodução/Facebook
Gêmeos Wendel e Werner estavam em prédio que desabou no Largo do Paissandu Imagem: Reprodução/Facebook

Janaina Garcia e Guilherme Azevedo

Do UOL, em São Paulo

12/05/2018 14h45Atualizada em 12/05/2018 18h12

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou, neste sábado (12), a identificação de mais duas vítimas do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo. Exames do Instituto Médico Legal apontaram que ossadas encontradas nesta semana pertencem aos gêmeos Wendel e Werner da Silva Saldanha, de 10 anos, que estavam no prédio com a mãe, a catadora de recicláveis Selma de Almeida, 40. 

Além deles, já foram identificados Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, 38, e Francisco Lemos Dantas, 56. A mãe dos gêmeos e mais três pessoas continuam desaparecidas.

O prédio desabou após um incêndio, na madrugada do dia 1º de maio. Cerca de 150 famílias moravam nos primeiros dez andares do edifício, que era uma ocupação irregular. O prédio pertencia à União e era uma antiga instalação da Polícia Federal. Investigações da Polícia Civil identificaram que um curto-circuito causou o incêndio.

Ossos humanos

O Corpo de Bombeiros continua o trabalho de escavação dos escombros do edifício e informou ter encontrado mais restos mortais no começo da tarde deste sábado. Uma vértebra e outro fragmento de osso não identificado foram enviados para perícia.

Segundo o tenente-coronel Marcos Paulo, comandante das operações de turno, e outros bombeiros ouvidos pelo UOL, os escombros restantes são materiais misturados de vários pavimentos. Por isso, novos ossos ou fragmentos encontrados podem pertencer a corpos de pessoas já identificadas.

Na manhã deste sábado, os bombeiros começaram a drenar a água que inundou o segundo subsolo do prédio por meio de bombas mecânicas. Também retiraram veículos dos escombros. A drenagem continuará durante a noite.

O porta-voz da corporação, tenente Guilherme Derrite, afirma que é provável que as buscas se encerrem neste domingo (13). Segundo ele, as chances de sobreviventes são praticamente inexistentes. 

Prédio - Guilherme Azevedo/UOL - Guilherme Azevedo/UOL
Bombeiros drenam água do segundo subsolo do prédio Wilton Paes de Almeida
Imagem: Guilherme Azevedo/UOL

Vítimas

Além dos gêmeos, mais duas pessoas já haviam sido identificadas oficialmente. O corpo de Ricardo Galvão Pinheiro, 38, foi localizado na sexta passada (4) e o corpo do morador Francisco Lemos Dantas, 56, estava entre os remanescentes humanos encontrados na última quarta-feira (9).

Agora, há quatro vítimas identificadas e outras quatro pessoas oficialmente desaparecidas. Além de Selma, mãe dos gêmeos, e do casal Eva Barbosa Lima, 42, e Walmir Sousa Santos, 47, bombeiros confirmaram na sexta (11) a inclusão de um novo nome de morador do edifício na lista de pessoas desaparecidas. 

Familiares do catador de materiais recicláveis Gentil Rocha de Sousa, 54, compareceram ao 3º Distrito Policial para registrar seu desaparecimento. De acordo com eles, Souza não deu mais notícias desde o desabamento. 

"Os bombeiros não descartam que os dados como desaparecidos não estivessem no prédio", afirma Derrite.

Aposentada buscava netos e filha

Romelita - Janaina Garcia/UOL - Janaina Garcia/UOL
Romelita Almeida Alves, 66, mãe de Selma, desaparecida no desabamento em SP
Imagem: Janaina Garcia/UOL
A aposentada Romelita Almeida Alves, 66, mãe de Selma, buscava pela filha e pelos netos nesta semana. A aposentada, que mora no interior da Bahia, chegou a São Paulo na última terça (8) após 26 horas de viagem de ônibus. Ela disse que falou com a filha pela última vez no último dia 28 de abril, três dias antes da tragédia.

Além dos gêmeos, Selma é mãe de um menino de 9 anos e de uma adolescente de 14 anos. Ambos vivem com a avó em Riacho de Santana, no interior da Bahia.

Ambulante estava na lista de procurados

Artur Hector de Paula - Janaina Garcia/UOL - Janaina Garcia/UOL
Artur Hector de Paula, que era dado como suposto desaparecido no desabamento
Imagem: Janaina Garcia/UOL
O ambulante Artur Hector de Paula, 45, soube pela televisão que estava na lista de procurados após o desabamento do prédio. Na última segunda (7), após a família registrar boletim de ocorrência, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros passaram a contabilizar o ambulante como um dos desaparecidos.

Porém, na quarta (9), o 3º Distrito Policial, onde é investigado o incêndio que antecedeu o desabamento do prédio, confirmou que Artur estava vivo e na casa de parentes em Minas Gerais.