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Duas semanas após desabamento, polícia confirma advogado como 5º desaparecido

O advogado Alexandre de Menezes, 40, foi declarado desaparecido no desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, região central de São Paulo - Divulgação/Polícia Civil
O advogado Alexandre de Menezes, 40, foi declarado desaparecido no desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, região central de São Paulo Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

15/05/2018 16h30Atualizada em 15/05/2018 16h37

A Polícia Civil de São Paulo confirmou nesta terça-feira (15) mais um desaparecido no desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, região central de São Paulo. É o advogado Alexandre de Menezes, 40, que morava havia cerca de um ano na ocupação.

De acordo com o delegado Marco Antonio Paula Santos, do 3º DP (Distrito Policial), onde o caso é investigado, familiares de Menezes registraram o desaparecimento dele ontem. Com a confirmação, subiu para cinco o número de pessoas ainda não localizadas na tragédia, que completa duas semanas hoje. As buscas foram encerradas no domingo.

Segundo o delegado, a mãe e a irmã relataram que Menezes era alcoólatra e que, durante o tempo em que esteve no prédio, se encontrava aos domingos com a avó, na estação República do metrô.

“Disseram que a avó levava roupas limpas e dava a ele um dinheirinho, porque ele estaria pagando R$ 160 para viver lá no prédio, no 10º andar. Como ela não conseguiu mais contato com ele nos dois domingos após o desabamento [6 e 13], notificaram a polícia sobre isso”, disse o delegado. “Algumas outras pessoas também tinham feito referência a ele, mas faltava a família.”

A mãe e a irmã de Menezes foram encaminhadas ontem ao IML (Instituto Médico Legal) para a coleta de material genético. O material será analisado por meio de comparação com a sequência genética de fragmentos de ossos humanos encontrados na semana passada, pelo Corpo de Bombeiros, nos escombros, e ainda não identificados. 

No 3º DP, o inquérito apura as causas do incêndio que culminou no desabamento da edificação, que tinha 24 pavimentos. Mais de 30 pessoas já foram ouvidas. Além das causas –testemunhas relataram a ocorrência de um curto-circuito, por exemplo --, a investigação também trabalha com os informes sobre desaparecidos, uma vez que, explicou o delegado, “pode ser que amanhã ou depois elas precisem ser declaradas mortas”.

“Estamos reforçando com as pessoas que estavam no prédio sobre esses desaparecidos –os quais, eventualmente, podem não ter saído do prédio e agora não são mais vistos em canto algum. Se isso não for demonstrado pelas provas, como o exame genético, esse trabalho pode também ajudar a declará-las vítimas fatais dessa tragédia”, afirmou Santos.

Cinco pessoas desaparecidas e quatro identificadas

Na última quarta (9),a Polícia Civil retirou da lista de desaparecidos o ambulante Artur Héctor de Paula, 45, que havia sido reclamado por uma tia na véspera (8), mas foi localizado na casa de parentes em Belo Horizonte.

Além do advogado listado hoje, seguem desaparecidas mais quatro pessoas: a catadora de papelão Selma de Almeida, 40, o casal Eva Barbosa Lima, 42, e Walmir Sousa Santos, 47, e Gentil Rocha de Sousa, 54. Quatro pessoas que morreram no desabamento foram identificadas: Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, 38, Francisco Lemos Dantas, 56, e os gêmeos Wendel e Werner da Silva Saldanha, 10, filhos de Selma.