PM ignora chamado após furto na PB por falta de gasolina, diz dona de loja
Jéssica Nascimento
Colaboração para o UOL
29/05/2018 11h32
A proprietária de uma loja de roupas e calçados denunciou a falta de apoio da Polícia Militar após ter o estabelecimento furtado nesta segunda-feira (29) em Campina Grande, na Paraíba. O crime ocorreu durante um “buzinaço” de caminhoneiros em greve na cidade. Segundo relato de Angra Dantas, a PM se recusou a atender o chamado por falta de combustível nas viaturas.
O crime aconteceu por volta de 13h, enquanto a loja estava fechada para o almoço. Ao UOL, a proprietária informou que a loja, que já funciona há um ano e quatro meses, nunca havia sido furtada. O prejuízo ainda não foi calculado.
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“Ainda estamos avaliando o prejuízo. Porém, já sabemos que levaram todas as peças de maior valor da loja. As prateleiras estão vazias. Só fomos perceber o que tinha acontecido quando voltamos do almoço”, explica.
Segundo a comerciante, a comunicação com a Polícia Militar foi feita imediatamente após ela perceber o crime. Quase 24 horas após o furto, nenhuma viatura apareceu na loja por não haver gasolina para as viaturas chegarem ao local, de acordo com o seu relato.
“Quando liguei para o 190 eles fizeram os questionamentos de padrão, mas informaram que infelizmente não teria combustível para chegar até a loja. Até o momento não compareceu nenhuma viatura, com exceção de um colega nosso, policial que veio perguntar como estávamos”, explica a comerciante.
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Ao UOL, a Polícia Militar da Paraíba disse que não houve nenhum registro de chamado por furto de estabelecimento comercial no horário citado pela comerciante.
“Todos sabemos que as viaturas e ambulâncias estão tendo prioridade no abastecimento. E é o correto, eles devem ter prioridade sim, mas pra quando a população precisar, eles virem atender”, reclama Angra Dantas.
Medo
Após o crime, a comerciante diz estar temer trabalhar durante a greve de caminhoneiros, que entrou no 9° dia nesta terça-feira (29). Segundo ela, vários lojistas da região já foram vítimas da “gangue da marcha a ré".
“Eles arrombam os estabelecimentos dando ré nos carros, depois de destruir a entrada da loja eles recolhem todas as mercadorias. Depois do meu caso, uma empresária que tem um estabelecimento na mesma rua que o meu me informou que a 15 dias aconteceu a mesma coisa com ela, aproveitaram o horário do almoço para arrombar e furtar vários objetos da loja”, conta.