"A gente tem que fazer festa, mas também revolução", diz viúva de Marielle na Parada LGBT
A 22ª Parada LGBT de São Paulo tomou a avenida Paulista neste domingo (3) com festa e recado político. Sob o tema "Poder LGBT, Nosso Voto, Nossa Voz", a organização abriu o evento com Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL), que lembrou o papel político da manifestação.
"Nossas vidas importam, nossas famílias existem. A gente tem que vir aqui para fazer festa, mas também para fazer revolução. Não podemos admitir que mais nenhuma Marielle seja assassinada. Vamos seguir na luta. Marielle, presente!", disse Mônica.
Marielle Franco foi morta em março com seu motorista no centro do Rio de Janeiro. O crime continua em investigação. Mônica destacou que o Brasil é o país onde acontecem mais assassinatos da população LGBT.
Na abertura, a organização da festa não poupou críticas ao governo federal. "Primeiramente, fora Temer!", declarou a animadora Tchaka que, em seguida, puxou o grito "Marielle, presente".
Prefeito é vaiado na abertura
Ao ser anunciado, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) foi vaiado. O prefeito fez um discurso de menos de um minuto em cima do trio. "Não vamos tolerar o preconceito contra o público LGBT. A cidade de SP quer ser um exemplo de diversidade."
O tucano foi o único político presente vaiado. Estavam também em cima do trio os pré-candidatos à Presidência da República Manuela D'Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (Psol), os deputados Orlando Silva (PC do B), Ivan Valente (PSOL) e Paulo Teixeira (PT), e o vereador Gilberto Natalini (PV), além da cantora e política Leci Brandão.
Com o microfone nas mãos, a pré-candidata do PCdoB à Presidência aproveitou para fazer críticas ao governo. "A gente tem vergonha do golpe. A gente tem vergonha da desigualdade. A gente tem vergonha do Brasil campeão de assassinatos da população LGBT", disse Manuela D'Ávila.
Em seu discurso em cima do trio elétrico, o pré-candidato à presidência da República pelo PSOL condenou a homofobia. "Orientação sexual não é uma doença. "Doença é preconceito. Doença é intolerância. Doença é o ódio. Viva a diversidade sexual e fora Temer!”, declarou Guilherme Boulos.
18 trios até o centro
A parada deste ano terá 18 trios, que partem da avenida Paulista em direção ao centro da capital. O trajeto da parada começa em frente ao vão do Masp, passa pela rua da Consolação (sentido centro), e desliga o som dos trios elétricos na Rua Caio Prado.
Depois disso, os participantes seguem pela Rua Coronel Xavier de Toledo, em direção ao Vale do Anhangabaú. A liberação das vias ocorrerá após a passagem do último trio elétrico.
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