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Ação de militares na região metropolitana do Rio tem troca de tiros; veja vídeo

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

13/07/2018 08h51

Quatro pessoas foram presas e uma ficou ferida durante operação das Forças Armadas realizada na madrugada desta sexta-feira (13), nas comunidades do Jardim Catarina e do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

A vítima ferida na ação, que não teve o nome revelado, foi levada para um hospital da região. Um vídeo gravado por morador e divulgado pela página OTT (Onde Tem Tiroteio) em redes sociais mostra o som do confronto na região e rajadas de tiro no céu do Complexo do Salgueiro.

O confronto começou na região por volta de meia noite quando os militares chegaram no local. O objetivo da ação, segundo o Comando Militar do Leste (CML), era verificar denúncia de “ostensividade criminosa” e combater o tráfico de drogas. 

Cento e noventa militares participaram da ação que contou também com o uso de blindados, helicópteros e equipamentos de engenharia. Também foram apreendidas três pistolas, carregadores, munições e radiocomunicadores. Uma moto roubada também foi recuperada.

"Quartel-general" de facção

Em março deste ano, nove pessoas já haviam sido detidas na região do Jardim Catarina, durante uma operação das Forças Armadas em conjunto com a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal. Segundo o CML, 10 vias foram desobstruídas e uma pistola de uso restrito foi apreendida juntamente com quatro carros, duas motos, drogas e munições.

A região do Jardim Catarina fica próximo ao Complexo do Salgueiro – considerado uma espécie de "quartel-general" do Comando Vermelho na cidade. O principal objetivo da ação foi deter suspeitos de ligação com a facção criminosa. Na ação também houve confronto.

Incursão termina em chacina

Em novembro do ano passado, uma incursão da Polícia Civil fluminense em conjunto com o Exército terminou com a morte de sete pessoas na comunidade do Salgueiro durante a realização de um baile funk.

A ação foi chefiada pela Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), grupo de elite da Polícia Civil do Rio e contou com o apoio de 15 militares do Exército, dois blindados e dois motoristas. Outros 15 policiais civis participaram, juntamente com um terceiro blindado, da Core. Nem o CML nem a Polícia Civil informam o motivo da incursão.

Na ocasião, familiares acusaram a polícia como responsáveis pelas mortes. Moradores relataram que os tiros foram disparados por homens encapuzados que deixaram os blindados da Polícia Civil. Nenhum dos órgãos de segurança assumiu a responsabilidade sobre os homicídios.

O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) instaurou um procedimento de investigação criminal para apurar o caso.