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Interventores fazem licitações para comprar 11 mil armas e 1.350 veículos para polícias do Rio

Interventor recebeu em março doação de armas às polícias do Rio - Luis Kawaguti/UOL
Interventor recebeu em março doação de armas às polícias do Rio Imagem: Luis Kawaguti/UOL

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

26/07/2018 12h01Atualizada em 26/07/2018 13h52

O GIF (Gabinete de Intervenção Federal) informou nesta quinta-feira (26) que está realizando licitações para comprar cerca de 11 mil armas (fuzis, pistolas e espingardas), 24 mil coletes à prova de balas e 1.350 veículos, entre outros itens, para reequipar a polícia do Rio de Janeiro. São ao todo 70 processos de licitação que envolvem o investimento de R$ 550 milhões, quase metade da verba federal destinada à intervenção.

O reequipamento das polícias Civil e Militar é uma das principais estratégias do interventor Walter Braga Netto para tentar melhorar a segurança pública no Rio. Quando assumiram a segurança do estado em fevereiro, eles encontraram um cenário de equipamentos deteriorados, carros de polícia quebrados e policiais que não tinham coletes à prova de balas para trabalhar.

A verba faz parte de um montante de R$ 1,2 bilhão prometidos em março pelo governo Temer, que chegaram no fim de maio à Secretaria de Administração do GIF.

O uso dessa verba é monitorado pelo Tribunal de Contas da União que, apesar de ter autorizado a realização de compras emergenciais, recomendou ao interventor que optasse por adquirir os equipamentos por meio de processos de licitação.

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Também serão comprados mais de 1 milhão de munições de diferentes calibres, 268 mil fardas e uniformes, 7.000 kits de proteção para tropas de controle de distúrbios urbanos e 65 itens de materiais para salvamentos e socorro médico.

As compras incluem ainda 46 equipamentos para a polícia técnica, tais como analisadores de DNA, scanner tridimensional de cena de crime e sistema automatizado de identificação de impressões digitais.

Também fazem parte das licitações contratos para manutenção de veículos blindados (pois muitos estavam parados por falta de manutenção) e 190 itens e peças que serão usados para colocar em funcionamento carros de polícia que estavam parados.

Segundo o GIF, as licitações estão em “adiantado estágio” na fase de detalhamento de especificações técnicas dos equipamentos, pesquisas de preços e pareceres jurídicos. Elas devem passar nas próximas semanas para a “fase externa”, quando empresas privadas concorrem para fornecer as armas e os equipamentos pelo menor preço.

O general Laelio Andrade foi nomeado para gerir a verba de R$ 1,2 bilhão - UOL - UOL
O general Laelio Andrade foi nomeado para gerir a verba de R$ 1,2 bilhão
Imagem: UOL

O general Laelio Andrade, especialista em logística do Exército e chefe da Secretaria de Administração do GIF, criou um órgão para acelerar o processo de especificações e detalhamento da fase interna das licitações. Segundo ele, a ideia é reduzir o tempo médio de uma licitação, que nesse setor é de cerca de seis meses. Parte das licitações atuais começou entre abril e maio.

Mesmo assim, as compras não devem chegar imediatamente às policiais devido à necessidade de cumprir todas as etapas do processo licitatório. Alguns itens podem chegar somente ao fim do período de intervenção federal ou mesmo nos primeiros seis meses do ano que vem.

Mas os interventores dizem esperar que os materiais sejam um legado para o próximo governo do Rio. A estratégia da intervenção também inclui mudanças na gestão das polícias, treinamento e reestruturação de procedimentos e cadeias de comando.