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Megaoperação contra suspeitos de homicídios e feminicídios termina com 2.627 presos pelo país

24.ago.2018 - Policiais civis cumprem mandados de prisão em Porto Alegre - Reprodução/Twitter
24.ago.2018 - Policiais civis cumprem mandados de prisão em Porto Alegre Imagem: Reprodução/Twitter

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

24/08/2018 10h09Atualizada em 27/08/2018 08h49

O Ministério da Segurança Pública e o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia divulgaram neste sábado (25) um novo balanço sobre a Operação Cronos, realizada no dia anterior para cumprir mandados de prisão de suspeitos de homicídios e feminicídios (consumados ou tentados).

Segundo o balanço2.627 suspeitos foram detidos e 341 adolescentes, apreendidos. Os suspeitos foram presos pelos seguintes crimes:

  • 42 por prática de feminicídio
  • 404 por homicídio
  • 289 por crimes relacionados à Lei Maria da Penha
  • 640 por posse ou porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas entre outros
  • 1.252 presos em decorrência de mandados de prisão expedidos por outros crimes. 

Além disso, 146 armas e 383 quilos de drogas foram apreendidos. Ao todo, participaram 7.800 policiais civis nos 26 estados da federação e no Distrito Federal.

"O que nos importa é a proteção e a garantia da vida, sobretudo combater o feminicídio, esse crime covarde e inaceitável. Todos são, mas alguns são mais graves e repulsivos, sobretudo contra mulheres”, afirmou o Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública. 

Coordenada pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícias Civis, a ação foi definida após reunião no mês passado com Jungmann.

Emerson Wendt, delegado e presidente do Concpc, informou ao UOL que todos os mandados expedidos são de prisões temporárias e preventivas. "O foco principal da operação é preservação da vida e do tempo natural da vida das pessoas, que é o que é cortado pelos autores. Também em razão aos dados do número de homicídios divulgados recentemente. A gente quer dar uma resposta a isso", afirmou.

Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado neste mês, 2017 foi o ano com mais mortes violentas intencionais registradas no Brasil na série histórica feita pelo órgão, desde 2013. Foram 30,8 mortes para cada 100 mil habitantes no ano passado. Em números absolutos, 63.880 pessoas foram assassinadas em todo o país, o que representou aumento de 3% em relação a 2016.

Só no estado de São Paulo, ainda ontem pela manhã, haviam sido presas ao menos 37 pessoas, segundo o Departamento de Capturas, que integra o DHPP (Delegacia de Homicídio e de Proteção à Pessoa). O delegado Osvaldo Nico Gonçalves informou que há, inclusive, homens "com longa ficha corrida por esses tipos de crimes".

A operação foi batizada de Cronos. Segundo o ministério, o nome faz referência "à supressão do tempo de vida da vítima, reduzido pelo autor do crime".