"A gente perdeu a dignidade": estudantes relatam dor e revolta após incêndio do Museu Nacional
Taís Vilela
Do UOL, no Rio
04/09/2018 11h24
O clima era de comoção e revolta na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira (3), quando milhares de pessoas se reuniram em solidariedade ao Museu Nacional, que foi destruído por um incêndio no domingo (2).
Com cartazes e cantos, estudantes e professores lamentaram a perda de parte da história do país. A reportagem do UOL ouviu manifestantes sobre a destruição do museu, que contava com 20 milhões de itens (veja o vídeo acima).
“Eu vi gente chorando como se fosse uma pessoa muito importante morrendo. De fato, era um museu que envolvia muitas vidas, um país, uma história, não só o Brasil, mas também o mundo”, disse a estudante de ciências biológicas Maria Gabriela de Aragão.
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Ainda não é possível saber quais peças foram preservadas após o incêndio, mas o sentimento é de perda da história do país. “A fumaça que saía era a nossa história sendo perdida”, disse a estudante do curso de letras Julia Paes.
“É uma sensação de luto e de indignação com tudo isso que está acontecendo”, definiu Tamires Costa, estudante de dança.
“A gente perdeu a dignidade, já que é isso que a cultura traz, um sentimento de cidadania. Um país sem cultura não existe”, afirmou Yago Graco, estudante de história.
Durante o ato, os manifestantes lembraram e cobraram a elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes em março passado.