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Operação no Rio tenta prender 100 pessoas; 32 são PMs

Agentes deixam à sede da PF no Rio durante operação para prender 32 PMs - Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
Agentes deixam à sede da PF no Rio durante operação para prender 32 PMs Imagem: Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

16/10/2018 09h39Atualizada em 16/10/2018 14h27

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Rio, iniciou uma operação na manhã desta terça-feira (16) para prender 32 PMs de um Batalhão de Polícia Militar de Volta Redonda, no sul do estado, acusados de permitirem o comércio de drogas na região em troca de propina.

O grupo é acusado de associação criminosa armada, corrupção, tráfico de drogas, roubo, dentre outros crimes.

A operação visa ainda o cumprimento de outros 68 mandados de prisão e outros 191 de busca e apreensão contra traficantes que atuam nas cidades de Itatiaia e Resende, além de Volta Redonda. Por volta das 13h, 81 pessoas já haviam sido presas, entre elas, 25 eram policiais.

Do total de presos, 77 foram em cumprimento dos mandados e outros quatro, em flagrante.

As ações são realizadas em parceria com a Polícia Federal, a Corregedoria e a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar do Estado do Rio, além do 28º BPM (Volta Redonda), onde os PMS suspeitos estão lotados. Procurada, a PM ainda não se manifestou sobre a operação.

De acordo com as investigações, os valores pagos por traficantes aos policiais militares variavam de R$ 200 a R$ 1.500 mil pagos por semana ou de 15 em 15 dias. Os policiais também recebiam por resgate a criminosos detidos.

A denúncia apresentada à Justiça destaca alguns dos casos de suborno. Um deles revela que uma carga de entorpecentes foi devolvida ao tráfico após pagamento de R$ 1.500 aos policiais.

Outro trecho destaca a liberação de uma segunda carga de drogas após pagamento R$ 5.000, além de relatos de pagamento de propina quinzenalmente.

A denúncia apresentada à Justiça destaca ainda que além da venda de entorpecentes, sem repressão, a ação combinada entre policiais corruptos e agentes do tráfico teria resultado também na indicação para voto em político de interesse do tráfico e homicídios.

Operação conta com 700 agentes

As operações contam com a participação de 700 agentes de segurança e apoio do Batalhão de Choque e do 28º BPM.

Participam da operação 310 policiais federais, 38 agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP-RJ e cerca de 300 policiais da PM.

As ações foram ajuizadas junto ao Juízo da Auditoria Militar, à 2ª Vara Criminal de Volta Redonda e à Vara Única de Itatiaia, que também deferiram mandados de busca e apreensão na residência dos acusados e em celas de presos.