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Caso Rayane: Laudo confirma causa da morte por asfixia e fratura no pescoço

Rayane Alves foi encontrada morta em 28 de outubro, com um cadarço enrolado no pescoço - Reprodução/Facebook
Rayane Alves foi encontrada morta em 28 de outubro, com um cadarço enrolado no pescoço Imagem: Reprodução/Facebook

Fernando Molina

Colaboração para o UOL

07/11/2018 13h26

A Polícia Civil de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo, divulgou na última terça-feira (6) o primeiro laudo sobre a morte da jovem Rayane Alves Paulino, de 16 anos, confirmando morte por asfixia. Ela foi encontrada morta em 28 de outubro em um matagal em Guararema, também em São Paulo, após ficar oito dias desaparecida. O suspeito pelo assassinato, Michel Flor da Silva, de 28 anos, está preso desde o dia 30 e confessou a autoria do crime.

Responsável pela Delegacia de Homicídios do município, Rubens José Ângelo confirmou ao UOL que os legistas indicaram a causa da morte como asfixia mecânica por estrangulamento. "A vítima apresentou uma fratura do osso hioide, na região do pescoço, indício claro de morte violenta. Acreditamos ter sido causado por um golpe mata-leão que o suspeito aplicou. Além disso, tinha um sulco causado pelo cadarço que ele utilizou para estrangulá-la", detalhou.

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O delegado confirmou que Silva alegou ter praticado sexo consensual com a jovem após levá-la de carro da rodoviária de Guararema. "A vítima chegou ao local com um motorista de aplicativo e ficou ali sentada. O suspeito, que prestava serviço cuidando dos ônibus ali, ofereceu primeiro uma jaqueta e depois água, mas ela recusou. Então ele ofereceu carona e a convenceu, enganou e levou sentido Jacareí. Na estrada ele descartou o celular dela, depois houve essa relação sexual e ele cometeu o crime", explicou Ângelo.

As autoridades questionam a versão da relação consensual por conta de uma tentativa de ligação que Rayane fez ao 190 enquanto estava com o homem. "A ligação não chegou a ser concluída, mas acreditamos que ela estava em uma situação de perigo, porque ele a matou após essa chamada", disse o delegado. "Outro detalhe que auxiliou a prisão foi que, ao descartar o corpo, sem perceber, ele deixou cair uma caneta que nós apreendemos, e ela era idêntica a outra caneta que encontramos na casa dele", comentou.

No inquérito policial, ainda serão anexados outros laudos periciais, como toxicológico e o resultado do exame para constatar a presença de espermatozoides na vítima. Michel Flor Silva cumpre prisão temporária de 30 dias, que deve ser convertida para provisória, e deverá responder por homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, meio que dificultou a defesa da vítima, crueldade e assegurar a impunidade por um outro crime), estupro e ocultação de cadáver.

Relembre o caso

Rayane Paulino desapareceu na madrugada de 21 de outubro. O pai, Márcio Paulino Alves, levou a menina até a casa de uma das duas amigas que iriam com ela na festa. No meio da noite, a adolescente informou as duas que precisava ir embora mais cedo e que o pai iria buscá-la, mas isso jamais aconteceu.

Segundo a mãe da menina, Rayane costumava sempre dar satisfações sobre onde estava e com quem. Por esse motivo, quando o relógio marcou 17h de domingo (21) e e ela ainda não havia entrado em contato, os pais começaram a ficar preocupados. Eles ligaram para a garota e ninguém atendeu.

Sem notícias da filha, na segunda-feira (22) os pais se mobilizaram e passaram a divulgar o desaparecimento em cartazes espalhados por Mogi e nas redes sociais. Na quinta (25), a Polícia Civil de Mogi encontrou o aparelho celular da jovem na Avenida Presidente Dutra, na região de Jacareí.

Já na tarde de domingo (28), o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) informou aos bombeiros que um corpo havia sido encontrado em Guararema. O reconhecimento feito pela mãe, que confirmou que realmente se tratava da adolescente desaparecida.